Quando os cofundadores Larry Page e Sergey Brin deixaram o controle da empresa-mãe do GoogleAlphabet, no início deste mês, o CEO do portal de pesquisas, Sundar Pichai, recebeu a maior bolada de sua vida. Agora, com responsabilidade dobrada, Pichai se tornou dono de um pacote de ações avaliado em US$ 240 milhões, além de um salário anual de US$ 2 milhões a partir de 2020. As informações foram divulgadas pela Bloomberg, que teve acesso a um relatório financeiro publicado nesta sexta-feira (20).

O pacote de ações está vinculado a métricas de desempenho e será pago ao longo de três anos. De acordo com a Bloomberg, Pichai pode arrecadar mais US$ 90 milhões em ações a depender dos resultados da Alphabet em relação ao Índice S&P100. É a primeira vez que a empresa concede ações com base no desempenho.

Pichai já é um dos executivos mais bem pagos do Vale do Silício e ocupa o cargo de CEO do Google desde 2015, quando Page e Brin reestruturaram a empresa pela primeira vez para criar a Alphabet. Seu salário no ano passado chegou a US$ 1,8 milhão, segundo a Bloomberg. Antes disso, Pichai ganhava US$ 650 mil por ano.

Além do salário, Pichai recebeu inúmeras concessões de ações na última década, incluindo uma de US$ 250 milhões, em 2014, e duas garantias nos anos seguintes, totalizando US$ 300 milhões. Com isso, seu patrimônio líquido ficou próximo a US$ 1 bilhão. O dinheiro é tanto que o executivo chegou a recusar uma concessão adicional no ano passado, informa a Bloomberg.

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Embora esteja entre os executivos mais bem pagos de tecnologia, Pichai segue longe de Page e Brin, que possuem, aproximadamente, 6% da Alphabet e têm os respectivos patrimônios líquidos de US$ 65 bilhões e US$ 63 bilhões. No entanto, a generosa compensação de Pichai pode se tornar um ponto de discórdia entre os funcionários do Google, dada a extrema turbulência que está se formando na empresa nos últimos dois anos.

Após revelações sobre o discreto pacote de US$ 90 milhões para oficializar a saída de Andy Rubin, cofundador do Android, após alegações de má conduta sexual, funcionários do Google organizaram um protesto de 20 mil pessoas, com o Google Walkout. Desde então, o relacionamento dos empregados com a gerência se tornou severamente insustentável. Claire Stapleton e outros três organizadores do Walkout, por exemplo, deixaram a empresa recentemente como resultado das retaliações internas.

Fonte: The Verge