Betelgeuse é uma estrela gigante, parte integrante da constelação Orion. É um dos objetos mais brilhantes do céu noturno, facilmente visível a olho nu de diversos lugares da Terra. Seu brilho é resultado do tamanho: seis vezes a massa do Sol. A estrela é observada há anos, mas cientistas chegaram à conclusão de que ela pode estar prestes a morrer – e gerar um evento chamado supernova, próximo à Terra.

A estrela brilha mais intensamente que o Sol, em parte porque é maior, portanto, tem mais combustível, mas também porque está queimando essa energia rapidamente. Como resultado dessa queima, ela morrerá mais cedo.

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Atualmente, o Sol está na metade da vida útil de 10 bilhões de anos. O período de Betelgeuse será menor, cerca de 10 milhões de ano – e talvez esteja próximo desse tempo. Isso porque, nas últimas semanas, astrônomos observaram que a estrela estava ficando mais escura, e isso os fez pensar que esse não seria o fim de Betelgeuse.

Quando uma estrela com essa massa fica sem combustível, as reações nucleares presentes em seu núcleo a mantêm brilhando – e com elas o calor e a pressão da radiação externa necessária para equilibrar a força da gravidade, tentando puxar tudo para dentro. Nesse ponto, a gravidade vence. O núcleo entra em colapso e a onda de choque resultante destrói a estrela em uma explosão chamada supernova.

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Da Terra, a meros 600 anos-luz de distância, uma supernova seria um evento espetacular. Seria visível durante o dia por semanas. A última supernova que se pensa ter tido um brilho parecido ocorreu a um milênio. Mas especialistas não conseguiram captar nenhum indício do processo. 

Para os astrônomos, seria uma oportunidade sem precedentes de usar seu arsenal de observatórios – eletromagnético, gravitacional e neutrino – para estudar os momentos finais de uma estrela durante seu colapso. 

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O que acontece com Betelgeuse?

Betelgeuse está destinada a se tornar uma supernova em breve, isso é certo. Mas “em breve”, em termos astronômicos, pode significar qualquer coisa entre hoje e 100 mil anos. Se o recente declínio no brilho da estrela não é um sinal de catástrofe iminente, podem haver várias outras explicações.

A estrela é conhecida por ser variável semi-regular. Isso significa que seu brilho muda à medida que pulsa. Quando isso acontece, sua área de superfície aumenta ou diminui proporcionalmente. Como o brilho por quilômetro quadrado de uma estrela tende a permanecer o mesmo durante esses pulsos, uma área de superfície maior significa que a estrela emitirá mais e menos luz em certos momentos.

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Os astrônomos continuarão observando a estrela nas próximas semanas. A maioria espera que ela volte a brilhar à medida que os ciclos internos continuam. Mas mesmo que não haja supernova desta vez, isso simplesmente atrasa o momento em que Betelgeuse explodirá.

Via: Economist