Descoberto há 15 anos, o grafeno é um material com propriedades “quase mágicas”, que promete revolucionar vários setores da tecnologia. Mas fora dos laboratórios ele parece pertencer a um futuro inatingível, com cada descoberta sempre a “cinco anos” de chegar ao mercado.

A empresa norte-americana Real Graphene quer mudar essa visão. Ela desenvolveu uma forma de adicionar grafeno às tradicionais baterias de íons de lítio usadas nos smartphones, o que faz com que carreguem mais rápido, durem mais e gerem menos calor. E o melhor: a tecnologia já está pronta. Só falta o interesse de um grande fabricante para a produção em grande escala.

Segundo Samuel Gong, CEO da Real Graphene, “o grafeno é um incrível condutor de calor e eletricidade. O lítio não gosta quando você coloca muita energia nele e quando retira muita energia. Aplicamos grafeno de duas maneiras diferentes: nós o misturamos na solução com lítio, além de adicionar uma camada composta, como uma folha, na bateria de lítio. Ele atua como condutor da eletricidade e não gera tanto calor”.

As baterias “vitaminadas” produzidas por Gong tem vida útil de cerca de 1.500 ciclos, contra os 300 a 500 ciclos de uma bateria de lítio tradicional. Além disso, carregam mais rápido: são necessários apenas 20 minutos para uma carga completa de uma bateria de 3.000 mAh com um carregador de 60 Watts. E como geram muito menos calor, são mais seguras.

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A Real Graphene fornece aos fabricantes uma solução completa: além da célula da bateria, que armazena a energia, também oferece o controlador especial necessário para monitorar a carga e descarga. Toda essa tecnologia tem um custo: a empresa estima que uma bateria com grafeno custe cerca de 30% a mais do que uma bateria de íons de lítio comum.

Isso obviamente se refletiria no preço final dos smartphones. Mas os consumidores podem estar dispostos a pagar um extra para eliminar uma das principais dores de cabeça causadas pelos smartphones modernos.

Segundo Gong, realisticamente sua empresa tem capacidade para atender a um pedido “pequeno” de um grande fabricante, por exemplo, 100 mil unidades, “agora mesmo”. Já um pedido maior, para uso em um smartphone de grande volume, levaria cerca de um ano para ser atendido, até que o maquinário e linhas de produção necessárias estivessem prontos.

“Começaremos a ver baterias de grafeno em dispositivos de grandes marcas dentro de um ano. Não em todos os aparelhos, mas começando nos topo de linha e se popularizando gradativamente”, diz o executivo.

Fonte: Digital Trends