Autoridades de Nova York revelaram nesta quinta-feira (16) uma descoberta que pode levar algumas pessoas a repensar a forma como usam aplicativos de relacionamentos. A força-tarefa de combate ao assédio sexual virtual da cidade descobriu um banco de imagens à venda com mais de 70 mil fotos roubadas de usuárias do Tinder.

Junto das fotos, também foi encontrado um arquivo de texto com mais de 16 mil nomes de usuário do Tinder, que podem ser as pessoas cujas fotos foram coletadas indevidamente. As informações estavam à venda em fóruns do cibercrime.

Até o momento, não se sabe exatamente qual a finalidade das fotos roubadas; há apenas suspeitas. Os dados podem ser usados para extorsão das usuárias ou então para criação de perfis falsos visando enganar outros usuários, já que fotos obtidas no Tinder tendem a não estarem disponíveis em outras partes da internet, o que dificulta a identificação de perfis falsos por meio de buscas reversas no Google. Também não é descartada a possibilidade de que as imagens possam ser usadas para treinamento de reconhecimento facial.

Ao que tudo indica, as fotos, em boa parte dos casos são bem recentes. Por meio de algumas pistas como metadados e elementos na fotografia, como o modelo de celular em fotos tiradas no espelho por exemplo, ou o código de timestamp das fotos é possível perceber que há casos de fotos tiradas em outubro de 2019. Talvez haja imagens até mais recentes do que isso.

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Segundo Aaron DeVera, membro da força-tarefa que revelou a exposição das fotos das usuárias do Tinder, disse ao site Gizmodo que um dos usos mais comuns de fotos do tipo é a criação de perfis falsos convincentes, e que não seria a primeira vez que uma API do aplicativo é usada de forma maligna. O objetivo da exposição do vazamento, de acordo com ele, seria incentivar o Tinder a tomar ações para conter os danos e tomar medidas de proteção.

Quando a empresa foi questionada sobre o vazamento, um representante do Tinder diz que a companhia implementou recursos adicionais de segurança para evitar uso indevido do aplicativo, embora não diga quais foram essas medidas.

O Tinder também apontou que as fotos que são adicionadas ao perfil dos usuários são públicas, já que podem ser vistas por quaisquer outros usuários do aplicativo. No entanto, é óbvio que a plataforma não foi criada para realização de download em massa das fotos, além do aplicativo limitar geograficamente quais pessoas podem ou não ver o perfil de alguém.