Emissoras de televisão e operadoras de telefonia móvel entraram em consenso para viabilizar o funcionamento da TV aberta via satélite (TVRO) sem a interferência da rede 5G. O acordo foi divulgado em nota conjunta da Abratel (Associação Brasileira de Rádio e Televisão), Abert (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão) e SindiTelebrasil (Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia). 
 
O leilão do 5G no Brasil, que será realizado pela Anatel, prevê que as empresas detentoras da tecnologia utilizarão a frequência de 3,5 GHz com 200 MHz de capacidade. Os canais de TV via satélite que chegam aos televisores do interior do país e de outras áreas remotas utilizam a banda C, que compreende as frequências de 3,8 a 4,3 GHz, perto o suficiente para receber interferência da futura rede 5G. 
 
Para evitar que o problema aconteça, as empresas adotarão uma solução técnica: as operadoras de telefonia móvel não poderão chegar à capacidade de 100 MHz dentro da faixa entre 3,7 e 3,8 GHz com o 5G – medida chamada de “banda de guarda”.
 
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Mesmo com a solução, há chances de que as antenas parabólicas necessitem de novos modelos de filtros LNB, equipamento utilizado para a recepção dos sinais de satélite. Se esse for o caso, as antenas continuarão sendo as mesmas, o que deve mudar é o filtro, que possivelmente será distribuído pelas operadoras de TV. 
 
Além de viabilizar o funcionamento dos dois serviços, o acordo evitará a migração para a banda Ku, alternativa que custaria cerca de R4 7,75 bilhões às empresas envolvidas. A banda se estabelece acima dos 10 GHz e demandaria satélites em posições orbitais diferentes e kits com diferentes modelos de antenas, filtros e receptores. Com a provável distribuição de novos filtros LNB, o gasto estimado é de R$ 455,7 milhões – uma economia de 94% na conta final.  
 
No decorrer dos próximos meses, o CPqD (Centro de Pesquisa e Desenvolvimento) realizará testes de campo para verificar os resultados obtidos após o acordo.
 
 
Via: Tecnoblog