O envio de seres humanos a Marte está cada vez mais próximo de se tornar realidade. Com tantos desenvolvimentos tecnológicos noticiados todos os dias, soa como bastasse um foguete potente para viabilizar a vida no Planeta Vermelho – mas não é bem assim. Afinal, onde viveremos quando chegarmos lá?

Foi esse questionamento que permeou os pensamentos do astrobiologista Wieger Wamelink. “Nosso objetivo principal é investigar se é possível plantar nos solos de Marte e da Lua para quando as pessoas forem viver lá”, explicou Wamelink sobre os estudos que desenvolve com Linechug, outro cientista da área.

Já que o Planeta Vermelho é um grande deserto que não possui rios ou oceanos, é difícil pontuar os locais mais propícios para a instalação humana. Como forma de tentar resolver o enigma, a dupla criou um mapa marciano que aponta radiação, níveis, clima, terreno e tipos de solo em cada região de Marte.

“Nós observamos a quantidade de nutrientes no solo, como cálcio e magnésio, além de fosfatos e nitratos. Coisas que você normalmente encontraria no esterco”, afirmou Wamelink. O montante de gelo disponível também foi avaliado. “Existem áreas em que praticamente não há gelo e outras em que há muito gelo”. Na imagem abaixo, as regiões cobertas de azul escuro representam alguns dos locais mais habitáveis do Planeta Vermelho.

publicidade

Reprodução

Para terem certeza sobre o resultado de seus estudos, Wamelink e Linechug criaram um jardim marciano na Terra com um solo de condições muito semelhantes ao encontrado em Marte e, há mais de cinco anos, eles fazem colheitas frequentes. “Tem sido uma grande surpresa que desde o início muitas plantas sejam capazes de crescer no jardim”, disse Wamelink. “O crescimento é quase o mesmo que se você usasse o solo normal da Terra”, completou. A dupla de cientistas já conseguiu colher vagens, tomates e até raízes, como cenouras e batatas.

Além de simplesmente plantar sementes, Wamelink e Linechug descobriram como tornar o processo o mais eficiente e bem-sucedido possível. O segredo? Simplesmente infestar o planeta com minhocas. Segundo o astrobiologista, a vida em Marte deve acontecer em um sistema fechado, portanto, tudo deve ser reutilizado, e nessa tarefa, as minhocas são extremamente úteis, visto que se alimentam de organismos mortos e geram solo fértil.

Pensar em maneiras para sustentar a vida humana em Marte sem que se dependa de insumos terrestres é a única forma de conquistar o Planeta Vermelho definitivamente, já que o caminho até lá dura, pelo menos, 10 meses.

 

Via: Tech Insider