A cloroquina é um medicamento usado no tratamento da malária. E, nesta quinta-feira, ganhou as manchetes de todo mundo, depois que foram divulgados estudos franceses e chineses que apontam uma possível eficácia do produto no combate ao coronavírus.

O estudo francês foi capitaneado pelo professor Didier Raoul, especialista em doenças infecciosas e diretor do Instituto Mediterrâneio de Infecção de Marselha, na França. A pesquisa conduzida por ele foi feita com 24 pacientes, vítimas da Covid-19. Seis dias depois do início do tratamento com a cloroquina, o vírus havia desaparecido de 75% deles. Agora, as autoridades francesas esperam novos testes, que estão sendo realizados por outras equipes, para que haja evidência mais contundente do funcionamento da cloroquina.

Indícios também vindos da China

Também da China vêm notícias positivas. 3 pesquisadores chineses, Jianjun Gao, Zhensue Tia e Xu Yang, todos da Universidade de Qindao, publicaram um etudo na revista BioScience Trends. De acordo com eles, avaliações feitas em 100 pacientes mostram que a cloroquina se mostrou eficaz para melhorar o estado dos pulmões e também para fazer desaparecer o vírus do organismo dos pacientes.

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Simplicidade e acessibilidade

Além da esperança que começa a brotar em torno da cloroquina, há dois aspectos ainda mais interessantes. O primeiro é que trata-se de um medicamento antigo, criado há 76 anos. O segundo é que estamos falando de um remédio extremamente barato. Segundo os cientistas chineses, um tratamento de 500 mg de cloroquina por 10 dias seria suficiente. Cada comprimido custa algo em torno de 20 centavos de real.

Cautela 

Mas, nem todos devem sair em busca da cloroquina na farmácia mais próxima. A Anvisa divulgou uma nota na noite desta quinta-feira, que diz: “apesar de promissores, não existem estudos conclusivos que comprovam o uso desses medicamentos para o tratamento da covid-19”. “Assim, não há recomendação da Anvisa, no momento, para o uso em pacientes infectados ou mesmo como forma de prevenção à contaminação. Ressaltamos que a automedicação pode representar um grave risco à sua saúde”.