Quasares são alguns dos objetos mais energéticos no universo, alimentados por buracos negros supermassivos que consomem enormes quantidades de material galáctico. Alguns deles têm brilho até mil vezes mais forte que as galáxias nas quais se encontram. Agora, com a ajuda do telescópio Hubble, os astrônomos descobriram que alguns quasares agem como tsunamis, criando ventos, que empurram centenas de vezes a massa do Sol, gerando ondas em galáxias inteiras.

Quando buracos negros supermassivos sugam matéria de galáxias vizinhas e depois ejetam esse material, acontece a formação de um quasar. Eles aquecem tudo ao seu redor, criando discos superaquecidos que emitem ventos por pressão magnética e radiação.

publicidade

A equipe de cientistas queria medir a quantidade de energia nesses ventos galácticos. No entanto, os quasares são objetos muito distantes, podendo estar até 10 bilhões de anos-luz da Terra. Mas isso não é um problema para o Hubble. O telescópio espacial capturou as melhores imagens já feitas da luz visível de um quasar, incluindo uma mostrando o jato de energia como um objeto entremeado de 200 mil anos-luz de comprimento – quatro vezes o raio da Via Láctea.

Reprodução

publicidade

Entretanto, a equipe precisou usar o Cosmic Origins Spectrograph (COS), outro equipamento do Hubble, para medir a velocidade dos ventos. O COS pode capturar uma faixa específica de luz ultravioleta necessária para medir o deslocamento Doppler das ejeções do quasar, o que pode dar aos cientistas a composição e velocidade desses jatos de matéria.

Foram medidos jatos de 13 quasares, e os resultados surpreenderam. Alguns criaram ventos que empurravam o material para longe do centro de uma galáxia. Um deles produziu vento com 69 milhões de km/h, chegando a 76 milhões de km/h após três anos, o maior valor já registrado em quasares.

publicidade

“Os ventos estão empurrando centenas de massas solares de material a cada ano”, disse Nahum Arav, pesquisador da Virginia Tech, em comunicado. “A quantidade de energia mecânica que essas saídas carregam é centenas de vezes maior que a luminosidade de toda a galáxia da Via Láctea”.

Reprodução

publicidade

Esse fenômeno foi demonstrado na ilustração acima. Conforme a onda de choque do quasar aquece a matéria em bilhões de graus, ela brilha em diversos espectros da luz. “Você receberá muita radiação primeiro em raios X e raios gama, e depois ela penetrará em luz visível e infravermelha”, explicou Arav. “Você teria um enorme show de luzes – como árvores de Natal em toda a galáxia”.

Via: Engadget