Com o crescente número de pessoas trabalhando remotamente, motivadas pela pandemia de Covid-19, cresce também a demanda por software de videoconferência para reuniões virtuais. E uma empresa deste segmento está se beneficiando disso: a Zoom Video Communications Inc, criadora do Zoom.

Desde janeiro deste ano, as ações da empresa se valorizaram 100%. Nesta terça-feira (24) o salto foi de 22%, para US$ 159,07 a ação (cerca de R$ 793), o que dá à empresa um valor de mercado de US$ 38 bilhões (quase R$ 190 bilhões).

A companhia não informa quantos novos usuários adotaram seu software, mas informou aos investidores que o crescimento irá aumentar sua despesa com infraestrutura. Nas últimas semanas a empresa eliminou o limite de 40 minutos de duração para as conferências e tornou o software gratuito para escolas fechadas nos EUA, Oriente Médio e Europa.

Mas o crescimento da plataforma tem gerado preocupação entre especialistas em segurança, tanto em relação à política de privacidade da empresa e suas práticas de compartilhamento de dados quanto a potenciais falhas de segurança.

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Uma falha no software, descoberta pela Check Point Research em janeiro e corrigida pela Zoom, permitia que terceiros ouvissem conferências sem que fossem notados, o que poderia dar a eles acesso a informações privilegiadas ou sigilosas sobre empresas e organizações que usam o programa.

Outro ponto controverso é um recurso da plataforma que alerta ao organizador de uma conferência quando um participante não tem a janela do aplicativo em primeiro plano por mais de 30 segundos.

Em declaração à Business Insider, Camilla Winlo, diretora da consultoria especializada em privacidade DQM GRC, afirma que este recurso pode ser mal-interpretado por gerentes, pois não faz distinção entre “uma pessoa abrindo um documento para tomar notas e outra que está jogando paciência”, diz.

Segundo a Zoom, este recurso vem desabilitado por padrão, só pode ser habilitado pelo organizador da reunião e apenas quando ele estiver compartilhando sua tela.

Em uma carta aberta publicada pelo grupo de direitos digitais Access Now, na semana passada, ativistas pediram ao Zoom que publicasse um “relatório de transparência”, como os compartilhados pelo Google e pela Microsoft, para esclarecer como a empresa lida com os dados dos usuários e sua posição sobre a liberdade de expressão.

Um porta-voz da Zoom disse ao Business Insider que a empresa “não vende dados de usuários de qualquer tipo para ninguém. O Zoom coleta apenas dados do usuário na medida em que é absolutamente necessário para fornecer suporte técnico e operacional e melhorar nossos serviços”.

“O Zoom precisa coletar informações técnicas como endereços IP dos usuários, detalhes do sistema operacional e do dispositivo para que nosso serviço funcione corretamente. Nós levamos a sério a privacidade dos usuários e mantemos nosso compromisso de protegê-la”, afirmou.

Fonte: Business Insider