Além de investir fortemente na linha Moto One, a Motorola não abandona a sua série mais tradicional, que é a Moto G. No mês de março de 2020 a Motorola lançou no Brasil dois novos celulares para a sua linha Moto G, sendo este o Moto G8 e do Moto G8 Power.

O Olhar Digital, por sua vez, teve a chance de testar primeiro o Moto G8 Power, que tem na série a tradição de entregar uma ótima autonomia para sua bateria. A seguir, confira a análise completa do Moto G8 Power para saber os seus pontos positivos e negativos.

Design, acabamento e tela

Na questão visual, o Moto G8 Power traz algumas pequenas mudanças em relação ao seu antecessor. Ao começar por sua tela, o celular da Motorola continua a utilizar um display LCD, que conta com 6,4 polegadas e traz a resolução de 3200 x 1080 pixels. Aqui, uma novidade interessante, é que o display não tem mais um notch, mas sim um “buraco” para a sua câmera frontal.

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Nesse primeiro quesito, pessoalmente, achei que o celular tem um tamanho bem agradável, sem contar que ele é relativamente leve tendo 197 gramas. Aqui, o grande ponto positivo da tela vai para a ausência do notch, que faz com que o celular tenha um bom aproveitamento de espaço. Já em relação a qualidade de imagem notei que a Motorola melhorou o nível de brilho da sua tela, apesar de ele não ser tão alto quanto o de alguns concorrentes, mas as suas cores são um tanto apagadas, mesmo quando definidas para o modo “saturadas”.

Já na parte traseira do aparelho, o seu conjunto de câmeras não fica mais no “meio” dele. Agora, seguindo o exemplo de outros celulares da marca, todas as lentes ficam dispostas em um de seus cantos. Aqui, mais uma vez, a Motorola acertou no design, já que elas ocupam pouco espaço e acabam ficando bem rentes ao corpo.

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Na questão do acabamento em si, o Moto G8 Power usa o vidro na sua parte frontal, enquanto o corpo do celular é de alumínio e a sua parte traseira é de plástico. Aqui, nós não estamos falando de um aparelho premium, mas o acabamento dele poderia levar um cuidado a mais e, ao menos na versão que tivemos acesso da cor azul, as marcas de dedo ficavam em evidência a todo instante.

Outra questão que notamos, é que agora a tela do Moto G8 Power não traz a proteção do Gorilla Glass, isso de acordo com o site da própria Motorola e da Gorilla. Aqui, também vale notar, ele não traz nenhuma outra certificação como a IP68, por exemplo, mas isto já era esperado.

Em relação as conexões no corpo do aparelho, felizmente, a Motorola optou por manter uma entrada P2 para fones de ouvidos, que fica na parte superior do celular. Já para a conexão com o PC, eles mantiveram uma porta USB C.

Especificações e performance

No que diz respeito a sua configuração, o Moto G8 Power se trata de um aparelho intermediário e apresenta um resultado meio misto. Antes de ir para os detalhes, primeiro, veja a sua fica técnica:

  • Processador Octa-Core Snapdragon 665;
  • GPU Adreno 610;
  • 4 GB de memória RAM;
  • 64 GB de espaço para armazenamento;
  • Bateria de 5.000 mAh.

Mesmo ao ter em mente que ele se trata de um aparelho intermediário, devo dizer o que desempenho dele me decepcionou, principalmente se for compará-lo com outros celulares da linha Motorola One, que tem preços similares. Aqui, para mim, o detalhe mais notável foi um atraso em algumas ações no próprio sistema e até na hora de abrir alguns aplicativos, que nem sempre rodavam de forma fluída.

Para quem não é muito exigente na performance, o Moto G8 Power até faz um bom trabalho, mas deixar muitos aplicativos abertos pode ser um problema. Já na questão de benchmarks, no aplicativo Geekbench atingiu o número 312 para atividades em único núcleo e 1.338 para multitarefas, ou seja, aqui ele ficou dentro do esperado.

Já nos jogos, a performance do aparelho foi mista mais uma vez. O Moto G8 Power deu conta tranquilamente de rodar alguns títulos bem aclamados como o Call of Duty Mobile. Por sua vez, o aclamado Free Fire até rodou bem, mas apresentava pequenos travamentos e lags esporadicamente.

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O destaque mesmo do Moto G8 Power acaba indo para a sua bateria, que mais uma vez, assim como em seus antecessores, surpreende na autonomia. Apenas de exemplo, mesmo ao ficar usando o celular sem parar durante 2 horas, inclusive jogando, a bateria de 100% caiu apenas para 88%, o que é uma boa média. Assim, de forma geral, para uma utilização mesmo que “pesada” do celular, ele deve segurar uma carga para aproximadamente dois dias de uso.

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Já o tempo para fazer uma recarga completa de sua bateria é de pouco mais de duas horas e meia, o que é considerado bem alto.

Fotos

Para a questão de fotos, o Moto G8 Power traz algumas novidades com a sua câmera de macro, mas assim como nos outros quesitos vistos aqui, o resultado foi bom, mas nem sempre excelente. Primeiro, veja as lentes que o aparelho traz:

  • Uma lente principal Wide de 16 megapixels com abertura f/1.7;
  • Uma lente telegráfica de 8 megapixels com abertura f/2.2;
  • Uma lente ultrawide de 8 megapixels com abertura f/2.2;
  • Uma lente macro de 2 megapixels com abertura f/2.2.

De forma geral, as fotos tiradas com a lente principal e a ultrawide do aparelho se saem bem quando o local tem uma boa iluminação, principalmente em fotos tiradas em ambientes externos. Já quando você tem uma iluminação mais “artificial”, como em uma sala ou escritório, o Moto G8 Power se perde um pouco e a imagem obtida fica bom bastante ruído ou com uma iluminação extra, que as vezes até estraga a foto.

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Foto em ambiente aberto

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Foto em ambiente aberto 2

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Foto em ambiente fechado

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Foto em ambiente fechado 2

Como você pode ter notado pelas imagens acima, de forma geral, para essa lente, o Moto G8 Power entrega sim o que é esperado para um aparelho de sua categoria, inclusive com direito a um bom nível de detalhes. As suas cores saem um pouco saturadas, o que as vezes dá um efeito interessante e, o nível de detalhes, apesar de não ser excelente, cumpre o seu papel. Entretanto, aqui vai um lembrete importante, o Moto G8 Power não conta com nenhum modo noturno e fotos tiradas a noite ficam bem escuras, a não ser que você apele, é claro, ao seu flash.

Já a lente de macro, mais uma das novidades do Moto G8 Power também acaba com resultados mistos. Com ela, você até consegue tirar fotos de objetos de perto, que é a sua principal serventia, mas devido a sua resolução baixa e nível de abertura, as imagens obtidas não mantêm um bom nível de detalhes e muitos ruídos acabam sendo vistos nela.

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Foto macro

Por sua vez, o modo retrato até funciona bem em determinadas situações, mas somente quando o ambiente está muito iluminado e, ainda assim, alguns elementos não acabam sendo desfocados como deveriam. Além deste problema, em um de meus testes, ainda em um ambiente ainda bem claro, mas não com a luz do dia batendo, tirei uma foto onde eu acabei ficando completamente “apagado”, somente aparecendo o cenário de fundo.

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Foto com modo retrato

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Foto com modo retrato 2

A câmera para selfies do Moto G8 Power traz apenas uma lente de 16 megapixels e abertura f/2.0. Aqui, a lenta acaba oscilando bastante mais uma vez e a iluminação sai longe do que realmente está sendo visto no ambiente. Entretanto, uma vez que você consegue acertar essa detalhe, a qualidade final da foto sai boa.

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Selfie

Outro ponto importante a ser ressaltado aqui, mas que não chega a interferir na qualidade da imagem, é que quando a câmera do celular está funcionando, é possível notar um atraso bem grande em relação com os movimentos feitos com o celular, ou seja, o seu processador, de certa forma, acaba lhe prejudicando e gravar vídeos que precisam ser rápidos nesta situação pode ser um problema ou desagradável.

Sistema

Para a parte do sistema rodando a Motorola não aplicou muitas mudanças. Aqui, o celular vem com o Android 10 com poucos apps pré-instalados e uma interface praticamente pura do sistema do Google.

Já a navegação por gestos, assim como os últimos aparelhos da marca, vem com as mesmas ações vistas no pixel. Então, ao invés de usar botões para voltar ou ir para a home, você tem estas ações:

  • Deslizar levemente de baixo para cima – abre o gerenciador de tarefas do Android;
  • Deslizar do canto direito da tela para o meio – faz a ação de voltar;
  • Deslizar de um dos cantos inferiores para o meio da tela – abre o Google Assistente.

De forma geral, essas ações por gestos acabam sendo intuitivas, uma vez que você está acostumado a elas. Entretanto, devo dizer que não gosto da forma que elas funcionam quando o celular está na orientação horizontal.

Preço e disponibilidade

O Moto G8 Power foi lançado no começo do mês de março no Brasil. O celular pode ser adquirido na loja oficial da marca por R$ 1.407,12 a vista ou por R$ 1.599 parcelado.

Conclusão

O Moto G8 Power é um celular intermediário que tem como o principal diferencial a grande autonomia de sua bateria, algo sempre elogiado em sua série e modelos antecessores. Essa nova versão, é verdade, traz alguns recursos interessantes para a sua câmera, que até faz um bom trabalho para um celular de sua categoria.

O único ponto que gostaríamos que realmente fosse melhor no aparelho é o seu desempenho, que ficou bem abaixo do esperado. Já outra melhoria que poderia ser feita, mas não essencial, é no tempo de recarga completa para a sua bateria, que é bem longo, ao menos com o carregador que vem em seu kit.