Para evitar surtos recorrentes da Covid-19, o distanciamento social prolongado ou intermitente pode ser necessário até 2022. E mesmo no caso de eliminação aparente, a vigilância sobre vírus SARS-CoV-2 deve ser mantida, pois um ressurgimento do contágio pode ser possível até 2024. Essas são as conclusões de um estudo que projeta a dinâmica de transmissão do novo coronavírus no período pós-pandêmico, publicado nesta terça-feira (14), na Revista Science.

Com base em simulações do curso futuro da pandemia, cientistas de Harvard defendem a manutenção do distanciamento social, mas enfatizam que pesquisas sobre quanto tempo dura a imunidade ao vírus são urgentemente necessárias para refinar suas projeções. Segundo o estudo, os padrões de transmissão do coronavírus se situam em algum lugar entre o resfriado comum e a gripe pandêmica.

Os modelos feitos pelos pesquisadores mostram melhorias periódicas na propagação do vírus, em escalas de tempo determinadas pela imunidade. Mas para manter essas melhorias dentro da capacidade dos hospitais de lidar com casos graves de Covid-19, medidas de vigilância e distanciamento social podem ter que ser usadas de forma sustentada ou periódica.

“Não tomamos posição sobre a conveniência desses cenários, dado o ônus econômico que o distanciamento pode impor, mas observamos o ônus potencialmente catastrófico para o sistema de saúde se o distanciamento for pouco eficaz ou não for sustentado por tempo suficiente”, afirmam os pesquisadores.

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Os cientistas dizem, porém, que o vírus pode ser efetivamente eliminado após um surto se a imunidade for permanente. “Estratégias de distanciamento social podem reduzir a extensão em que as infecções por SARS-CoV-2 pressionam os sistemas de saúde. O distanciamento altamente eficaz poderia reduzir a incidência o suficiente para viabilizar uma estratégia baseada em rastreamento e quarentena, como na Coréia do Sul e Singapura”, afirma o documento.

Via: GeekWire