Desde fevereiro, a indústria eletroeletrônica brasileira sofre com o coronavírus, mesmo antes de a doença desembarcar no país. Agora que a crise na saúde nacional começou a mostrar sua cara no Brasil, a situação começou a se agravar, como aponta um novo levantamento publicado pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee).

Segundo a pesquisa, que levou em consideração 60 das empresas vinculadas à associação, 97% das companhias do setor percebem efeitos negativos da pandemia em seus negócios. Entre os entrevistados, 54% notaram impactos intensos, enquanto 43% apontaram efeitos apenas moderados, enquanto os 3% restantes não percebeu nenhuma alteração negativa.

Os levantamentos da Abinee têm relatado um agravamento da situação do setor produtivo eletroeletrônico. A primeira pesquisa, de fevereiro, notava que apenas 4% das empresas apresentavam algum tipo de paralisação (parcial ou total), culpando principalmente a dificuldade em obter componentes na China. Nas pesquisas seguintes, houve um aumento para 6% (6 de março) e 24% (25 de março). Hoje o número já é muito mais alto: 47% já têm algum tipo de interrupção na produção.

Além das empresas com interrupções nas linhas de montagem, também há 5% das companhias que ainda não pararam, mas já têm uma data definida para isso. Outros 36% não têm qualquer plano imediato, mas podem rever essa decisão se a situação se prolongar por muito tempo.

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Uma das principais dificuldades que o setor tem enfrentado durante a pandemia continua sendo a obtenção de componentes para montar os produtos finalizados no Brasil. Mais da metade (58%) aponta a dificuldade em receber os insumos, e o problema não é mais apenas na China. Outros países da Ásia e da Europa, que enfrentam seus próprios problemas locais com a Covid-19, com políticas de isolamento que afetam a produção das peças de que o Brasil precisa.