Em 2015, Bill Gates fez uma famosa apresentação onde fala sobre os perigos de uma pandemia global e nossa falta de preparo para combatê-la. Infelizmente, o que era uma possibilidade se tornou realidade, e a atual pandemia de Covid-19 já infectou mais de três milhões de pessoas em todo o mundo, com mais de 210 mil mortes.

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Em resposta, a Bill & Melinda Gates Foundation, entidade filantrópica fundada pelo bilionário em conjunto com sua esposa, já investiu US$ 250 milhões (cerca de R$ 1,4 bilhão) no combate à doença, incluindo uma doação de US$ 150 milhões para a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o financiamento do desenvolvimento de sete potenciais vacinas.

O bilionário está confiante que teremos uma vacina, e que em dois anos bilhões de pessoas estarão imunizadas contra a doença. Em uma extensa entrevista ao site Vox, Gates explica que “o alvo não é tão difícil quanto o HIV. A “estaca” de proteína não está mudando de forma como no HIV. E no caso do Sars, nós conseguimos uma vacina e a doença foi embora. Nem fizemos uma terceira fase de estudos. Temos uma vacina até contra o Ebola”

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Sars, ou Síndrome Respiratória Aguda Grave, é uma doença causada por outro tipo de coronavírus (chamado Sars-Cov-1) que em 8 meses, entre 2002 e 2003, infectou mais de 8 mil pessoas e causou mais de 700 mortes em todo o mundo.

Coronavírus causadores de doenças como a Sars e Covid-19 usam uma “estaca” de proteína para perfurar a membrana celular e infectar as células no organismo da vítima. Uma das abordagens para o desenvolvimento de uma vacina é “treinar” o organismo para que reconheça esta estaca como um invasor e reaja à sua presença produzindo anticorpos.

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“Não acredito que o coronavírus será um alvo impossível, mas não posso garantir isso. Estamos começando agora a ver resultados de testes com animais. E no fim do terceiro trimestre as coisas serão bastante claras. Acredito que ao menos os 10 principais preparos parecerão bastante promissores”, diz Gates.

Vida pós-pandemia

Por mais preocupante que seja o cenário atual, o bilionário está confiante de que, em três ou cinco anos, o mundo poderá tirar uma lição positiva deste episódio.

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“Espero que isto una o mundo. Depois da Segunda Guerra Mundial, criamos novas instituições e tivemos sucesso em impedir uma outra guerra mundial. Isto é algo fenomenal. Nunca mais detonamos uma arma nuclear como parte de um conflito. E fizemos isso nos unindo através de uma variedade de instituições – incluindo a OMS na saúde. Por pior que a guerra tenha sido, o resultado foi positivo.

Este é um evento trágico. Qualquer bem resultante não irá de forma alguma compensar os problemas causados. Mas ele nos diz que a ciência é importante – vamos usá-la para evitar pandemias. Não vamos sair disto até que consigamos eliminar o vírus de todo o mundo. Impedir as viagens é uma medida de força bruta que tem muitos efeitos negativos. Mesmo que tenhamos que fazer isso temporariamente, não é onde queremos estar.

Todos trazem para a epidemia as esperanças que tinham antes. E eu sempre acreditei em cooperação global. Você pode me acusar de dizer “todos serão convencidos do meu ponto de vista”. Mas eu realmente acredito que a analogia com a Segunda Guerra Mundial se aplica aqui”, diz Gates.

Fonte: Vox