Recentemente, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) modificou a lista de sintomas da Covid-19. No entanto, isso ainda não foi suficiente para indicar quem está infectado com a doença, já que sinais únicos podem aparecer.

Esse é o caso das erupções cutâneas. Como apontado pela Dra. Lindy Fox, dermatologista de São Francisco, antes do surto, uma média de quatro a cinco pessoas procurava atendimento por conta dessas lesões dolorosas. Entretanto, nas últimas semanas, ela viu dezenas.

“Eu tenho clínicas cheias de pessoas com machucados nos dedos dos pés. E não são pessoas que tiveram esse problema antes – elas nunca tiveram nada”, disse a médica, que também faz parte do corpo docente da Universidade da Califórnia.

Autoridades de saúde não incluíram essas lesões na lista de sintomas da doença. No entanto, dermatologistas do mundo todo solicitam a mudança, já que a presença desses pode ser um motivo suficiente para que um teste seja realizado.

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Estudo sobre o assunto

Um artigo recente, publicado por especialistas espanhóis, aponta para cinco tipos de erupções cutâneas encontradas em pacientes hospitalizados pela doença. São elas:

  • Lesões assimétricas: são bastante semelhantes a frieiras. Surgem ao redor dos pés e das mãos e causam coceira e dor. Com duração média de 12 dias, esse tipo foi encontrado em pacientes mais jovens;
  • Pequenas bolhas: esse caso é muitas vezes acompanhado de coceira. Esse tipo de erupção é encontrado no torso e nos membros. Com duração de dez dias, foram diagnosticadas em pacientes de meia idade;
  • Áreas rosadas ou brancas: se parecem com comichões e são acompanhadas de coceira. Surgem no corpo, mas também se manifestam nas mãos;
  • Maculopápulas: Com duração média de sete dias, são pequenas protuberâncias vermelhas e achatadas. Especialistas afirmam que tendem a ser observadas em pacientes com infecções mais graves;
  • Livedo: condição menos comum. Nesse caso, a pele assume um tom vermelho ou azulado. Representa principalmente sinais de má circulação sanguínea.

Causas

Para Amy Paller, presidente do departamento de dermatologia da Universidade Northwestern Feinberg, uma possível explicação para isso é que os pacientes foram infectados, mas apresentaram certa resistência ao vírus, o que fez com que sua replicação fosse limitada.

Outra possibilidade, segundo ela, mas altamente improvável, é que as lesões são o que os médicos chamam de epifenômeno – sintoma que acompanha uma doença, sem estar relacionado causalmente. Como exemplo, ela citou que, por conta de as pessoas estarem em casa, as lesões tenham sido desenvolvidas por andarem descalças mais do que o normal – obviamente, essa observação se aplica apenas às pessoas que não apresentam sinais da doença.

Ainda não há nenhuma confirmação sobre o que pode causar as lesões, tudo não passa de especulação. Por esse motivo, especialistas trabalham na compilação de dados que sustentem a afirmação de que esse pode ser um novo sintoma.

Via: New York Times/ Live Science