O uso da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, mesmo para casos leves da doença, pode estar com os dias contados. A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Saúde (CNTS) e a Federação Nacional dos Farmacêuticos pediu na quinta-feira (28), ao Supremo Tribunal Federal (STF), a suspensão imediata do protocolo do Ministério da Saúde que permite a prescrição do medicamento para tal.

Os autores argumentam, no pedido, que é crescente o número de estudos que apontam não haver benefício no uso dessa classe de drogas, o que inclusive levou a OMS suspender testes com o medicamento no mundo todo. Eles citam publicação recente da revista The Lancet “apontando a ineficácia do medicamento e o aumento de riscos à vida dos pacientes”.

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Para a advogada Juliana Vieira dos Santos, a medida é necessária, uma vez que todo o protocolo apresentado pelo Ministério da Justiça não encontra respaldo científico. A mudança da norma ocorreu após pressão do presidente Jair Bolsonaro e foi uma das causas da saída de Nelson Teich do comando do Ministério da Saúde.

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Paciente recebendo respiração mecânica/Foto: Reuters

“Os estudos mais sérios até agora já feitos, seguindo todas as diretrizes médicas e científicas, mostraram que além de não ter eficácia comprovada contra a Covid-19, o uso da hidroxicloroquina e da cloroquina pode acarretar no aumento do risco de morte das pessoas que apresentam comorbidades e maior vulnerabilidade à doença”, afirma a advogada, que assina a peça.

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Apesar da orientação da OMS, muitos convênios médicos ainda mandam médicos receitarem a substância em casos leves da doença. É o caso da Prevent Senior, Hapvida e planos do sistema Unimed.

Via: UOL

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