O Brasil registrou nos últimos sete dias a maior média de mortes provocadas pelo novo coronavírus em todo o mundo. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o país contabilizou, na última semana, 7.197 óbitos por Covid-19 — uma média de 1.028 ocorrências por dia.

Os números superam as estatísticas dos Estados Unidos e do Reino Unido, que estão à frente do Brasil em quantidade absoluta de vítimas da doença. No mesmo período, os EUA apresentaram 5.762 óbitos, uma média de 823 registros diários; enquanto a nação britânica notificou 1.552 mortes, ou 221 ocorrências diárias.

De acordo com o jornal Estado de São Paulo, o Brasil ainda vence países em que a curva da doença é ascendente, como o México, que apresentou, na última semana, 3.886 óbitos por Covid-19, ou 555 falecimentos por dia.

O último levantamento divulgado pelo Conselho Nacional de Secretários (Conass) na noite desta quarta-feira (10), aponta o total de 39.680 mortes por coronavírus no Brasil, das quais 1.274 foram registradas nas últimas 24 horas.

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A situação do país ainda tende a piorar com o afrouxamento de regras de isolamento social adotado por estados e municípios brasileiros. Em entrevista ao Estadão, o professor de Geografia da Saúde da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Raul Guimarães, afirmou que o resultado da flexibilização das medidas de combate ao coronavírus deve alongar a crise no país e provocar o aumento do número de vítimas.

“Pelos cálculos que a gente fez em maio, com os índices de isolamento ainda altos, o estado de São Paulo chegaria ao teto no final de junho e começaria a cair em agosto, mas o que estamos vendo agora é que vai se estender mais. Ainda não fizemos um novo cálculo, mas a crise deve ir até outubro ou novembro¨, disse Guimarães. Ele ressalta ainda que em muitas cidades a retomada de atividades é mal-feita, sem o monitoramento adequado.

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A cidade de São Paulo autorizou a reabertura parcial do comércio de rua nesta quarta-feira (10). Imagem: Rovena Rosa/Agência Brasil

Reabertura da economia em São Paulo

No estado de São Paulo, o governo paulista adotou um programa de retomada de atividades econômicas baseado em categorias que determinam até cinco níveis de afrouxamento do isolamento social para as regiões administrativas do estado. Os indicadores consideram a capacidade de localidades responderem à pandemia, como a quantidade de leitos de UTI disponíveis, além de dados epidemiológicos, por exemplo, o número de mortes e contaminações da doença.

Nesta quarta-feira, São Paulo bateu o recorde de óbitos por Covid-19 notificados em um mesmo dia, foram 340 ocorrências. O governo paulista, no entanto, defende que a escalada de mortes no estado está de acordo com as estimativas do estado Segundo o Comitê de Contingência do Coronavírus, São Paulo pode atingir o total de 22 mil mortes e 265 mil casos de Covid-19 até o fim de junho.

Fonte: Estadão