Pesquisadores da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, desenvolveram um método educacional que usa o jogo de habilidade Jenga para ensinar crianças sobre os princípios eletroquímicos presentes em baterias de íon-lítio.

Em nota, os cientistas ressaltam que o componente é abundante em dispositivos eletrônicos, desde aparelhos celulares até veículos elétricos, mas os recursos disponíveis para professores explicarem como eles funcionam são limitados.

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Os jogadores de Jenga montam torres compostas por mais de 50 blocos. Cada participante tem que remover uma peça da torre e equilibrá-la no topo da estrutura. A torre fica mais instável à medida que o jogo progride.

A proposta dos pesquisadores da Universidade de Birmingham faz paralelos entre as peças do Jenga e as reações químicas e os componentes de baterias de íon-lítio. O método utiliza duas torres: uma representa o eletrodo de óxido de cobalto, e a outra simula o eletrodo de grafite. Em baterias recarregáveis, ambos os componentes são instalados em camadas intercaladas com eletrólitos. Acima do conjunto de camadas encontram-se condutores de correntes de alumínio e cobre.

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Reprodução

 

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Representação das torres de Jenga voltadas ao ensino de eletroquímica. Imagem: ACS Publication

Os modelos apresentados pelos pesquisadores representam todos esses componentes. Os íons de lítio corresponde a blocos marcados com pontos azuis, enquanto espaços vazios são meras peças pintadas de branco. 

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Quando uma bateria de íon-lítio está carregada, os íons de lítio se deslocam do eletrodo do grafite (ânodo) para o óxido (cátodo). Os coletores de correntes garantem que a energia produzida pelas reações químicas chegue a circuitos externos, que fornecem a carga para os dispositivos. 

Vantagens

Segundo os pesquisadores, a versão adaptada do Jenga facilitam a visualização e o entendimento do aluno sobre a composição da bateria de lítio. Em um processo de recarga, ao mover uma das peças brancas do eletrodo de grafite, o aluno pode substituir o bloco por outro que represente íons de lítio, simulando a dinâmica de transferência dos componentes nas reações químicas da bateria. O processo inverso representaria uma situação de descarga.

Os cientistas acrescentam que a ferramenta pode retratar a redução da performance dos equipamentos durante o uso contínuo da bateria, uma vez que os blocos ficam deslocados conforme o jogo avança.

“As demonstrações práticas são uma maneira útil de apoiar o aprendizado – os professores geralmente usam limões ou batatas para explicar baterias convencionais não recarregáveis, por exemplo. Mas sabemos que a eletroquímica é uma área complicada para os professores ensinarem, o que leva aos alunos a absorverem conceitos errados”, afirmou Elizabeth Driscoll, uma das autoras do projeto.

O estudo foi publicado na revista científica Journal Of Chemical Education e pode ser consultado no site da publicação.

Fonte: Phys.org