O assessor comercial da Casa Branca Peter Navarro espera a tomada de medidas agressivas pelo presidente Donald Trump contra o TikTok e o WeChat. Para Navarro, esses aplicativos enviam os dados dos usuários a “servidores na China, diretamente aos militares chineses, ao Partido Comunista Chinês e às agências [oficiais], que querem roubar nossa propriedade intelectual”.

Na última terça-feira (7), Trump confirmou estar estudando a possibilidade de proibir o TikTok nos Estados Unidos. Em meio ao crescimento das tensões entre China e país, o WeChat e o TikTok, ambos aplicativos chineses, representariam ameaças aos EUA na visão dos republicanos, já que têm, respectivamente, mais de um bilhão e quase um bilhão de usuários.

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Peter Navarro. Imagem: Getty Images

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Além da fala de Trump, a Amazon, gigante estadunidense, pediu que seus funcionários deletassem o TikTok de seus smartphones na última sexta-feira (10). No entanto, algumas horas depois, a empresa explicou que havia sido um engano. “Anunciaram e recuaram, o que demonstra o poder do Partido Comunista Chinês sobre as empresas americanas e este é o problema”, explicou Navarro.

O banco Wells Fargo, atuante nos Estados Unidos, também solicitou que seus funcionários apagassem o aplicativo de seus dispositivos. O mesmo aconteceu com os colaboradores do Partido Democrata, que se preparam para as eleições presidenciais deste ano.

Enquanto isso, em sua defesa, o TikTok continua negando que compartilha quaisquer dados com as autoridades chinesas. Ao Olhar Digital, o aplicativo chinês declarou que “o TikTok é liderado por um CEO americano, com centenas de funcionários e líderes-chave em segurança, produtos e políticas públicas nos EUA. Não temos outra prioridade senão promover uma experiência de aplicativo segura e confiável para nossos usuários. Nunca fornecemos dados dos usuários ao governo chinês e nem o faríamos se solicitado”.

TikTok e China

O TikTok já havia dito anteriormente que opera separadamente de sua desenvolvedora ByteDance e que seus data centers estão todos localizados fora da China, ou seja, nenhum desses dados está sujeito às leis chinesas. Segundo a empresa, os dados dos usuários americanos são armazenados nos Estados Unidos, com um backup em Singapura.

Além disso, a empresa também informou que sairá do mercado de Hong Kong em pouco tempo, após a criação de uma nova lei de segurança nacional da China, país que controla a região.

O aplicativo, no entanto, também vem enfrentando obstáculos em outros países. Na semana passada, o governo indiano disse que proibiria o TikTok e outros aplicativos chineses no país conhecidos por representarem uma “ameaça à soberania e à integridade”.

Via: G1