Na sexta-feira (10), Linus Torvalds, criador do sistema operacional Linux, aprovou uma terminologia nova e mais inclusiva para o código e a documentação do kernel do Linux. A partir de agora, os desenvolvedores do sistema foram solicitados a usar novos termos para as palavras master, slave, blacklist e whitelist (mestre, escravo, lista negra e lista branca, respectivamente).

Para ajudar os profissionais na substituição, algumas alternativas foram propostas. Master e slave, por exemplo, podem ser substituídos por:

  • Primary e secondary (primário e secundário);
  • Initiator e target (iniciador e destino);
  • Controller e device (controlador e dispositivo);
  • Leader e follower (líder e seguidor).

Para o caso de blacklist e whitelist, as alternativas são blocklist e passlist (lista de bloqueio e lista de permissão, respectivamente).

A equipe Linux não impôs uma terminologia específica, mas pediu aos desenvolvedores que escolhessem conforme a situação. As novas palavras devem ser usadas em todos os código-fonte novos para o kernel do Linux e sua documentação associada.

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Os termos mais antigos, considerados inadequados neste momento, serão permitidos apenas em códigos e documentações mais antigas. A decisão de eliminar essa terminologia ocorreu após uma proposta apresentada por Dan William, mantenedor do kernel do Linux.

Mudanças na comunidade tecnológica

A decisão da equipe Linux se junta a outras empresas tecnológicas que removeram referências consideradas racistas em produtos e serviços. A lista inclui Twitter, Github, Microsoft, LinkedIn, Android, JP Morgan e MySQL.

As inciativas do tipo começaram após os protestos “Black Lives Matter” (“Vidas negras importam” em tradução livre) eclodirem em todo o mundo. As manifestações foram motivadas pela morte de George Floyd em 25 de maio.

O objetivo principal dos esforços é o de tornar os ambientes tecnológicos mais acolhedores para todo tipo de pessoa. Apesar das alterações, alguns membros da comunidade tecnológica criticam o movimento como sinal de virtude superficial, e não como uma ação de ajuda contra o racismo sistemático.

No entanto, trabalhos publicados em revistas acadêmicas argumentaram recentemente que continuar usando termos com carga racial ajudam e prolongas a presença de estereótipos raciais.

Via: ZDNet