E se você fosse convidado para ser um tripulante da Estação Espacial Internacional, mas mal conseguisse postar uma foto em suas redes sociais, ficar por dentro dos vídeos mais engraçados da internet ou atualizar sua série favorita? Na verdade, essa é a realidade dos astronautas da Estação Espacial Internacional, que dispõem de uma conexão lenta e limitada – muito parecida com a conexão discada.

Você deve estar se perguntando como um laboratório espacial, com tecnologia tão avançada, não possui wi-fi de ponta. A resposta é mais simples do que parece: apesar da rápida conexão de 600 Mbps (tanto de download como de upload) que não possui interferências de sinais, a distância a qual os dados percorrem resultam em um lag (alto tempo de resposta da conexão) entre 500 ms e 700 ms – conexões “terrestres” de banda larga possuem latência aproximada de 10 ms.

A conexão à internet é feita pelo mesmo “canal” usado para troca de dados e contato com a tripulação. Quando o astronauta clica em um link, por exemplo, o acionamento é enviado para um satélite localizado a mais de 35 mil quilômetros de altitude da Terra. A partir daí, ele precisa se comunicar com receptores em solo terrestre – com instalações na Califórnia (EUA), Austrália e Espanha – que, por sua vez, enviam o comando para o Johnson Space Center (JSC), da Nasa, localizado em Houston (EUA). Finalmente, um destes computadores do JSC realiza a interface entre a conexão gerada e a internet.

No espaço desde 1998, a Estação Espacial está orbita a Terra a uma velocidade de aproximadamente 27 mil km/h. Foto: Nasa/Divulgação

Lazer em órbita

Apesar de lento, o acesso pessoal à internet pelos astronautas da Estação Espacial Internacional foi liberado apenas em 2010, com o intuito de melhorar a qualidade de vida dos tripulantes “confinados” a 408 quilômetros de altitude da Terra.

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Os astronautas podem utilizar notebooks e tablets para realizarem o acesso e, embora não haja informações precisas sobre restrições ou limitações de sites, um porta-voz da Nasa reportou ao site The Atlantic que a conexão trata-se de “uma rede de trabalho”.

Via: UOL