Em uma simples visita ao Museu de Paleontologia Royal Tyrrell, no Canadá, um paleontologista, um patologista médico e um cirurgião ortopédico descobriram o primeiro caso de tumor ósseo maligno em um dinossauro. O “paciente” em questão era um Centrosaurus apertus, um herbívoro que viveu há cerca de 76 milhões de anos.

A primeira impressão da lesão era de que seria uma fratura mal cicatrizada na fíbula. Porém, após a visita da equipe, foi constatado um osteossarcoma, o tipo mais comum de câncer ósseo em humanos. Esta, porém, foi a primeira vez que o diagnóstico de tumor maligno foi dado a um dinossauro. “Aqui, mostramos a inconfundível assinatura de câncer ósseo avançado em um dinossauro de 76 milhões de anos – o primeiro de seu tipo”, afirmou o patologista Mark Crowther.

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Imagem mostra câncer ósseo na fíbula de dinossauro. Foto: Royal Ontario Museum/McMaster University

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A descoberta é impressionante porque tecidos moles, como tumores, tendões e a medula óssea, raramente se preservam por tanto tempo. Apesar da possibilidade de os dinossauros serem vítimas de câncer regularmente, amostras são extremamente difíceis de se encontrar.

Esta, porém, não foi o primeiro sinal da doença encontrada nos animais pré-históricos. Lesões incomuns nas vértebras da cauda de um hadrossauro se assemelhavam com um complexo câncer conhecido como histiocitose das células de Langerhans.

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Câncer agressivo

No caso do câncer detectado no osso do herbívoro, a doença parece estar tão avançada que deve ter se espalhado para outras partes do dinossauro. Porém, como não há amostras desse tecido, é impossível garantir isso. “O osso da canela mostra um câncer agressivo em estágio avançado”, destacou o paleontologista David Evans.

Apesar disso, os pesquisadores acreditam que a doença não tenha sido a causa da morte do animal, mesmo que indiretamente. “O fato de o dinossauro ter vivido em um grande rebanho pode ter permitido que ele sobrevivesse por mais tempo o que normalmente faria com uma doença tão devastadora”, destacou Evans. Pelo fóssil ter sido encontrado em um leito maciço de ossos, eles acreditam que a causa da morte possa ter sido uma repentina inundação.

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Por fim, e equipe afirma que a descoberta pode ser “evidência de que malignidades, incluindo câncer ósseo, estão profundamente enraizadas na história evolutiva dos organismos.

Via: Science Alert