O retorno da Crew Dragon, no último fim de semana, e a conclusão bem-sucedida da missão Demo-2 abre as portas para que a SpaceX inicie voos turísticos, tanto orbitais quanto à Estação Espacial Internacional (ISS), já em 2021, como programado.

“A missão correu incrivelmente bem”, disse Gwynne Shotwell, presidente e COO da SpaceX. “A cápsula funcionou maravilhosamente. Certamente nos sentimos confortáveis e no caminho certo para transportar passageiros comerciais”, afirmou.

Em fevereiro deste ano a SpaceX firmou um acordo com a Space Adventures para levar turistas ao espaço a bordo da Crew Dragon. A cápsula será lançada por um foguete Falcon 9, e os passageiros ficarão orbitando a Terra por até cinco dias a uma altitude entre 800 e 1.200 km, duas a três vezes maior do que a da ISS.

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Estação Espacial Internacional. Estadia com diárias a partir de R$ 187 mil. Foto: Getty Images.

“Esta missão histórica irá abrir o caminho para tornar o voo espacial possível para todos os que sonham com ele, e estamos felizes em trabalhar com a equipe da Space Adventures nessa missão”, disse Shotwell quando o acordo foi firmado.

“Isto irá dar a até quatro indivíduos a oportunidade de quebrar o recorde mundial de voo espacial privado com um cidadão, e ver o planeta Terra de forma como ninguém mais viu desde o programa Gemini”, disse a Space Adventures.

Em março deste ano a SpaceX firmou outro acordo, desta vez com a texana Axiom Aerospace, para levar três turistas à ISS em 2021. Esta será a primeira viagem totalmente privada à ISS. Os sete turistas espaciais que visitaram a estação em missões anteriores voaram a bordo de cápsulas Soyuz operadas pela Roscosmos, a estatal responsável pelo programa espacial Russo.

Os passageiros passarão dois dias em trânsito entre a Terra e a ISS, e oito dias a bordo da estação, compartilhando espaço com os astronautas que trabalham lá. Cada passagem custará “apenas” US$ 55 milhões (cerca de R$ 256,5 milhões) e um dos lugares já foi vendido.

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Crew Dragon será o meio de transporte dos turistas ao espaço. Imagem: Nasa

Ao declarar a estação “aberta para negócios” no ano passado, a Nasa informou que cobraria US$ 35 mil (cerca de R$ 187 mil) por dia para estadias privadas a bordo da ISS. Isso apenas pela estadia, sem contar os custos associados ao lançamento de um foguete, treinamento, etc.

O voo à ISS será apenas o primeiro passo para a Axiom. A empresa espera instalar um módulo comercial na estação, e eventualmente ter sua própria estação orbital.

“Além de ajudar a crescer e atender a demanda por acesso à órbita baixa (LEO, Low Earth Orbit) no curto prazo, estes voos testarão formalmente nossos procedimentos operacionais, nos preparando para quando começarmos a operar voos em nossos próprios módulos”, disseram representantes da empresa.

Fonte: Space.com