A disputa entre Estados Unidos e China vem causando abalos em toda indústria de Tecnologia. A mudança mais recente veio da Huawei, que anunciou que o smartphone Mate 40, que será lançado no fim do ano, será o seu último com processador Kirin 9000.

Em uma apresentação durante a Cúpula da Associação de Tecnologia da Informação da China, o CEO de negócios de consumo da empresa, Yu Chengdong, disse que sua linha de chipsets Kirin “não poderá mais ser fabricada” depois de 15 de setembro. O motivo: a medida imposta pelos EUA que proíbe que a Huawei trabalhe com empresas sediadas no país norte-americano.

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Embora sejam fabricados pela Taiwan Semiconductor Manufacturing Company (TSMC), os chips da Kirin usam equipamentos provenientes dos Estados Unidos. As regras instituídas pelo governo Donald Trump determinam que qualquer fabricante de processadores estrangeiro precisa obter uma licença para vender para a Huawei. Sem ela, a TSMC confirmou que não vai mais poder vender componentes para a empresa chinesa.

Esse é um problema duplo para a Huawei: além de perder os processadores que ela própria desenvolveu (e gastou tempo e dinheiro nisso), terá que adquirir processadores de outras empresas. Com a proibição dos EUA em vigor, essa lista não é longa – o candidato mais provável é a MediaTek.

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“A Huawei passou mais de uma década desenvolvendo chipsets. Fomos de ‘severamente atrasado’ para ‘muito atrasado’, ‘ligeiramente atrasado’, ‘alcançamos’ e finalmente ‘liderando’, só para agora sermos banidos”, disse Yu. “Fizemos enormes investimentos em P&D e passamos por uma jornada difícil. Infelizmente, quando se tratava de produção de semicondutores, a Huawei não participa de investimentos em ativos pesados ​​neste campo; apenas projetamos chips, mas pulávamos a etapa de produção”.

O executivo da Huawei contou ainda que todos os produtos IoT da empresa, incluindo PCs, tablets e até mesmo telefones celulares, serão baseados no Harmony OS em vez do Android. Esse é outro efeito da proibição norte-americana, que barrou a empresa chinesa de usar aplicativos e serviços do Google. Essa mudança, porém, só deve acontecer a partir de 2021.

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Via: Android Authority/Engadget