Um grupo internacional de pesquisadores, liderado pela Universidade Monash, na Austrália, desenvolveu uma tecnologia capaz de transformar água marinha em água potável em menos de 30 minutos a partir do uso de energia solar. Para isso, os cientistas criaram uma rede organometálica (MOF) chamada PSP-MIL-53.

Os MOFs são compostos formados por íons metálicos e têm como característica a alta porosidade e elevada superfície de área interna. O grupo de pesquisadores introduziu uma substância chamada acrilato de espiropirano nos poros do MOF Mil-53, que é conhecido por seus efeitos de adsorção de moléculas.

publicidade

Em estudo publicado na revista Nature Sustainability, a equipe aponta que o PSP-MIL-53 foi capaz de garantir 139,5 litros de água doce por quilo de MOF em um período de 24 horas, com baixo consumo de energia. Os experimentos envolveram a dessalinização de amostras de água com Total de Sólidos Dissolvidos (TDS) 2.233 ppm (partes por milhão) provenientes de rios, lagos e aquíferos.

A Organização Mundial da Saúde determina que a uma água própria para consumo deve conter um TDS menor que 600 partes por milhão. Com ajuda do PSP-MIL-53, os pesquisadores atingiram um índice inferior a 500 partes por milhão em apenas de 30 minutos e ainda conseguiram regenerar o MOF para reuso em quatro minutos a partir de energia solar.

publicidade

Sustentabilidade

Para o autor principal do estudo e professor do Departamento de Engenharia Química da Universidade Monash, Huanting Wang, o trabalho aponta novas perspectivas para o desenvolvimento de materiais para processos de dessalinização mais sustentáveis e eficientes.

 Reprodução

publicidade

Professor Huanting Wang. Imagem: Universidade Monash

Ao site Techxplore, ele explica que a dessalinização já é usada para lidar com a crescente escassez de água em todo o mundo. Entretanto, processos de dessalinização térmica por evaporação consomem muita energia, e outras tecnologias, como osmose reversa, têm uma série de desvantagens, incluindo o alto consumo de energia e o uso de produtos químicos.

publicidade

“A luz solar é a fonte de energia mais abundante e renovável do planeta. O desenvolvimento de um novo processo de dessalinização baseado em regeneração por energia solar fornece uma solução com eficiência energética e ambientalmente sustentável”, afirma

Wang ainda entende que a tecnologia pode ser promissora para outras atividades além da dessalinização da água. Segundo o cientistas, novas pesquisas podem levar o desenvolvimento de um MOF sensível à luz do Sol que seja capaz de propiciar extrações de minérios de forma sustentável.

Via: Techxplore