A energia escura é, ao lado da matéria escura, um dos maiores mistérios da ciência. Tudo que se sabe sobre a energia escura é que ela é invisível, preenche todo o universo e afasta as galáxias gradativamente. No entanto, uma ideia introduzida por Albert Einstein pode explicá-la de forma simples – e correta.

Foi o projeto Estudo Espectroscópico de Oscilação Bariônico (eBOSS, na sigla em inglês) que trouxe à tona novamente a possibilidade de que a energia escura seja uma “constante cosmológica”. Em trabalho composto por 23 publicações, algumas das quais já estão sendo revisadas por pares, os cientistas envolvidos descreveram o maior mapa cosmológico tradicional já criado.

Por ora, a única maneira de perceber a energia escura é observando o universo distante. O entendimento da comunidade científica é que, quanto mais jovens parecem as galáxias, mais distantes elas estão. Afinal, a luz que emitem demorou milhões ou até bilhões de anos para chegar aos telescópios e isso revela a idade dessas galáxias. Além disso, esse tipo de medição é uma verdadeira máquina do tempo, já que permite descobrir diferentes tempos cósmicos e, consequentemente, a velocidade com que o universo está expandindo.

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Expansão do universo. Imagem: Simulação

Sendo assim, utilizando o telescópio Sloan Digital Sky Survey (SDSS), localizado nos Estados Unidos, a equipe do eBOSS conseguiu medir mais de dois milhões de galáxias e quasares – corpos celestes extremamente brilhantes e distantes alimentados por buracos negros -, estudo que mapeou cerca de 11 bilhões de anos de uma história inexplorada, que tem tudo a ver com a energia escura.

Os resultados obtidos pelo eBOSS mostram que cerca de 69% da energia do universo é escura e que a teoria da “constante cosmológica” de Einstein é a que mais se encaixa com o que foi observado.

As observações também revelaram que a taxa de medição da expansão do universo tida como correta atualmente é cerca de 10% menor do que a quantidade descoberta em métodos como o utilizado para esse estudo.

Ainda assim, mesmo após tantos levantamentos, cosmologistas permanecerão intrigados com a aparente simplicidade da energia escura. O jeito é continuar criando mapas cada vez maiores e mais detalhados do universo.

Via: Space.com