Amazon anuncia vagas para monitorar ativistas de causas trabalhistas

Empresa de Jeff Bezos parece estar querendo fechar o cerco contra organizações classistas de funcionários
Bruno Felix02/09/2020 17h27, atualizada em 11/11/2022 13h01
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A Amazon voltou a ter destaque de forma negativa pelo relacionamento com seus funcionários, após anunciar duas vagas de analistas para identificar “ameaças de organizações trabalhistas” dentro da empresa. O objetivo seria monitorar comportamento ativista entre os empregados. Os anúncios foram feitos no portal de empregos da empresa, o Amazon Jobs.

“Observar ameaças de organizações trabalhistas contra a empresa”, essa era uma das responsabilidades descritas para as vagas de Analista de Inteligência e Analista de Inteligência sênior. Cerca de uma semana após a divulgação das oportunidades, 95 pessoas já haviam se candidatado para as duas posições.

Os selecionados fariam parte de um time responsável pela segurança física e corporativa da empresa, que também lidam com espionagem industrial e ameaças internas. Apesar de mencionar protestos, crises geopolíticas e conflitos que poderiam impactar as operações, as repetidas menções a “organizações de funcionários” geraram suspeitas.

Depois que o caso foi divulgado na imprensa, os anúncios foram retirados da plataforma de empregos. Uma porta-voz da Amazon, Maria Boschetti, afirmou à Vice que ‘o post não tinha uma descrição correta da função — foi feita de forma errada e posteriormente foi corrigida’.

O diretor da aliança de grupos trabalhistas Athena Coalition, Dania Rajendra, criticou duramente o anúncio. “Trabalhadores, especialmente trabalhadores negros, têm nos informado há meses que a Amazon está perseguindo-os por falar abertamente. Esta descrição de emprego é a prova de que a Amazon pretende continuar nessa trilha. O público merece saber se a Amazon vai continuar a preencher essas vagas, mesmo que elas não sejam mais divulgadas publicamente”, afirmou.

Esta é mais uma vez em que a Amazon fica sob os holofotes por sua relação conflituosa com seus empregados e a possibilidade de criação de entidades como sindicatos. Em março, funcionários de depósitos da empresa criticaram a omissão de notificação de casos confirmados de Covid-19 entre colegas, alegando terem ficado cientes somente por meio de telejornais. No ano passado, houve denúncia de maus tratos aos trabalhadores, incluindo uma política restritiva de folgas e dispensas motivadas por situações de luto.

Fonte: Vice


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Redator(a)

Bruno Felix é redator(a) no Olhar Digital