O radiotelescópio Murchison Widefiel Array (MWA), instalado em um deserto no noroeste da Austrália, realizou nesta semana a maior busca por tecnologia alienígena da história da astronomia, analisando possíveis sinais de rádio de origem extraterrestre em 10 milhões de estrelas. Infelizmente para aqueles que querem acreditar, os resultados da pesquisa foram desanimadores: nenhuma atividade foi encontrada.

O aparelho analisou os arredores da constelação Vela, em uma busca 100 vezes maior do que qualquer outra já feita.

O estudo foi conduzido pelos astrônomos Chenoa Tremblay e Steven Tingay, professores da Universidade Curtin e membros do Centro Internacional de Pesquisa de Radioastronomia (ICRAR, na sigla em inglês).

Apesar de negativos, os resultados não são surpreendentes e não servem para descartar totalmente a hipótese de vida inteligente fora da Terra.

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Isso porque existem cerca de 400 bilhões de estrelas só na nossa galáxia, portanto a porcentagem do universo coberta pela busca foi minúscula.

“Como Douglas Adams notou no ‘Guia do Mochileiro das Galáxias’, o universo é muito, muito grande”, disse Tingay.

“E por mais que o estudo tenha sido grande, ainda foi algo equivalente a tentar encontrar algo no oceano e procurar em um volume de água equivalente ao de uma piscina de quintal”, completou o professor.

O que é radioastronomia?

A Radioastronomia estuda corpos celestes através de sinais de rádio, utilizando grandes antenas como radiotelescópios. A primeira detecção de ondas sonoras astronômicas foi feita por Karl Jansky, em 1932, e desde então a atividade se tornou crucial nos estudos do espaço, encontrando objetos indetectáveis para a astronomia ótica.

Corpos espaciais como o Pulsar e o Quasar só foram encontrados graças aos estudos realizados pela radioastronomia.

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A radioastronomia é utilizada para encontrar sinais cósmicos impossíveis de serem detectados pela astronomia ótica. Créditos: Solarseven/Shutterstock

“Como só podemos assumir qual espécie de tecnologia é utilizada por alienígenas, precisamos procurar de diversas maneiras. Usando radiotelescópios, podemos fazer uma procura em 8 dimensões”, revelou o professor Tingay.

Portanto, o MWA continuará investigando o espaço e, quem sabe, um dia poderá responder se estamos mesmo sozinhos no universo.

Fonte: Phys.org