Um estudo apresentado na edição online do Congresso Europeu de Endocrinologia (e-ECE-2020) trouxe um novo entendimento da relação entre a vitamina D e a saúde masculina. A partir dele, concluiu-se que os níveis de vitamina D livre e circulante no sangue são o melhor indicador de riscos futuros à saúde de homens idosos do que a medição total desta vitamina, como é o padrão atualmente.

O trabalho foi realizado por pesquisadores do University Hospitals Leuvin, o maior da Bélgica, sob a liderança da endocrinologista Leen Antonio.

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Quando livre e circulante, este composto orgânico é tecnicamente o pró-hormônio 25-di-hidroxivitamina D, que, depois de um processo de conversão nos rins, torna-se a 1,25-di-hidroxivitamina D, que, na prática, é a forma biologicamente ativa da vitamina D em nosso corpo. Vale lembrar que apenas 1% dos metabólitos da vitamina D no sangue humano se enquadram no status de livre e, assim, em condições de se tornarem biologicamente ativos. O restante se encontra ligado a alguma proteína do nosso sangue. 

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Vitamina D é obtida principalmente pela exposição à luz solar, mas a dieta, como aquela baseada no consumo de salmão, também contribui bastante neste processo. Crédito: O’Neil Sun/Pexels

 

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Mudança de entendimento 

Com a pesquisa, muda totalmente o que até então a comunidade médico-científica aceitava como verdadeiro. Mas o certo é que a carência de vitamina D em idosos está intimamente associada a vários e preocupantes problemas de saúde, como doenças cardiovasculares, câncere osteoporose.

De acordo com a Dra. Leen, a maioria dos estudos realizados até então focavam na associação dos níveis totais de vitamina D (25-hidroxivitamina D) e as doenças relacionadas à idade e mortalidade. Seu estudo foi em outra direção. “Como a 1,25-di-hidroxivitamina D é a forma ativa da vitamina D em nosso corpo, é possível que ela tenha sido um preditor mais forte de doença e mortalidade”, concluiu.

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Para chegar a esta conclusão, o grupo de pesquisadores analisou os índices metabólitos totais e livres de vitamina D, comparando-os com o estado de saúde atual dos participantes da pesquisa e ajustando para potenciais fatores de confusão, incluindo idade, índice de massa corporal, tabagismo e saúde autorrelatada.

A base do estudo foram os dados do European Male Aging Study, que reuniu informações de 1.970 homens, com idade entre 40 e 79 anos, entre 2003 e 2005.

 

Fonte: EurekAlert!