Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, desenvolveu uma técnica que pode ajudar na detecção e até no tratamento do câncer. Os cientistas descobriram uma maneira de biossintetizar nanopartículas de ouro dentro de células cancerosas.

O fato de que ele não interage com a maioria dos compostos e, portanto, não corrói, torna o ouro uma substância não tóxica para o corpo. Por isso, o material possui grande valor na medicina – é utilizado há séculos, por exemplo, em obturações dentárias. Em pesquisas mais modernas, nanopartículas de ouro vêm sendo testadas no tratamento do câncer.

publicidade

Oncologistas injetam em pacientes esferas ultraminúsculas – menores do que um glóbulo vermelho – envoltas em ouro. Essas nanopartículas viajam pela corrente sanguínea e se acumulam em um tumor. Atingido por luz infravermelha, o ouro absorve a energia e a usa contra as células cancerosas.

Porém, até agora, as técnicas para esse tipo de tratamento eram limitadas pela forma como as nanopartículas são introduzidas no câncer. A nova técnica, no entanto, permite a biossíntese do ouro diretamente dentro das células cancerosas. “Uma abordagem altamente promissora para aplicação de entrega de drogas”, acredita Dipanjan Pan, professor da Universidade de Maryland e coautor do artigo publicado na revista Nature Communications.

publicidade

Para desenvolver a técnicas, a equipe de pesquisadores dissolveu as nanopartículas de ouro em uma solução de polietilenoglicol, criando o chamado “ouro iônico” (sais de ouro em um composto líquido). Uma vez injetadas nas células cancerosas, as nanopartículas de ouro começam a ser geradas em minutos.

“Desenvolvemos um sistema único em que as nanopartículas de ouro são reduzidas por biomoléculas celulares e essas são capazes de reter sua funcionalidade”, explica o pesquisador.  A técnica foi testada em um tumor de rato posteriormente destruído com o aquecimento das nanopartículas com laser.

publicidade

As nanopartículas geradas dentro da célula podem ser usadas ainda na detecção da doença por meio de imagens de raios X. Pan afirma que o próximo desafio da pesquisa é encontrar novos métodos de produção dessas partículas sem comprometer sua reprodutibilidade bem como avaliar seus efeitos na saúde humana à longo prazo.

Via: NeoScope/Smithsonian Mag

publicidade