O novo iPhone – convenientemente referido pela mídia como “iPhone 12” – sequer foi lançado e a Apple já está mudando regimes de trabalho entre seus fornecedores e parceiros: segundo fontes ouvidas pelo South China Morning Post, a Foxconn, principal linha de fabricação da empresa de Cupertino fora dos EUA, cancelou folgas e feriados dos funcionários, implementando horas extras obrigatórias com bonificações e turnos que fazem a fábrica funcionar por 24 horas diárias.

O intuito, segundo o jornal, é responder a um provável salto na demanda pelo novo celular, que, espera-se, seja anunciado pela Apple entre os dias 13 ou 14 de outubro, segundo especialistas. Essa abordagem ininterrupta de trabalho ressalta as relações aprofundadas entre empresas da China e dos EUA, apesar da atual guerra comercial promovida pelo presidente Donald Trump contra a nação asiática.

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Foxconn, a principal linha de produção e manufatura dos iPhones da Apple. Imagem: Imaginechina/AP

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Graças a uma rápida recuperação econômica após a pandemia da Covid-19, a Foxconn, que retornou às atividades normais em fevereiro de 2020, ampliou linhas de produção a fim de atender à Apple e outros parceiros: “Você pode ganhar 5.000 ou 6.000 yuan [algo próximo de R$ 5.000, pela conversão de 29/9] por mês, e se você trabalhar na fábrica por mais de 90 dias, há um pagamento especial bem atraente”, disse ao jornal chinês Wang Guofeng, 33, funcionário da Foxconn há quatro anos. Ele ressalta, porém, que folgas só podem ser tiradas quatro vezes ao mês, incluindo finais de semana.

“Nós temos estado tão ocupados nas últimas semanas por causa do iPhone 12”, disse outro funcionário, de sobrenome “Ma”, referindo-se à produção do novo celular e citando que a Foxconn implementou turnos à noite e linhas de produção ininterruptas.

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Imagem conceitual do iPhone 12, criada com base nos diversos rumores do aparelho: Apple deve anunciar novo smartphone em outubro. Imagem: Imagem: Reprodução/DMJ4D

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As novas práticas de trabalho da empresa, que é uma propriedade da taiwanesa Hon Hai Precision Industry, são acompanhadas de diversas bonificações: além do pagamento pelas horas extras, funcionários que ingressaram à Foxconn após o dia 18/9 recebem 10 mil yuans (R$ 8.298,25), desde que permaneçam na companhia por 90 dias e garantam 55 dias na linha ampliada de produção. Trabalhadores que ingressaram até o dia 26 do mesmo mês, nas mesmas condições, receberão 8,5 mil yuans (R$ 7.053,51). Mais além, qualquer nova contratação vinda de indicação interna rende 500 yuans (R$ 414,72) extras a quem o indicou.

Tudo isso para um smartphone que, tecnicamente falando, ainda nem existe: a Apple deve anunciar o novo aparelho no meio de outubro, quando terá uma transmissão online voltada a novos produtos. A expectativa é que ele seja o primeiro aparelho da empresa com suporte à conexão 5G, além de vir em quatro modelos diferentes, uma nova e inédita cor azul, câmeras com lentes triplas com capacidade 3D, todos os displays em formato OLED, um novo processador (A14) e preço sugerido de aproximadamente US$ 650 (R$ 3.674,52).

Fonte: South China Morning Post