Em setembro, quando a Apple alterou diretrizes para pagamentos dentro de aplicativos, a recepção foi mista. E alguns nomes da indústria ainda têm o que falar sobre a controversa decisão. Um deles é Andy Yen, dono do aplicativo de e-mails ProtonMail, que, de acordo com as novas condutas, foi obrigado a adicionar compras internas ao seu app. 

Em entrevista recente ao The Verge, o CEO do ProntoMail comparou as ações da Apple às de uma gangue. “Eles chegam para dar uma ‘mexida’ em você e tirar o seu dinheiro”, contou Yen à publicação. Para ele, quando os desenvolvedores não atingem um patamar de sucesso esperado pela companhia da maçã, não há problemas. Agora, quando há muita visibilidade, a espera e o retorno da Apple chegam a ser muito maiores.

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Tendo estreado na App Store há quatro anos antes da mudança da companhia de Steve Jobs, o aplicativo de e-mails criptografados teve de passar por transformações para permanecer acessível aos usuários do iOS

Em 2016, quando o aplicativo foi lançado oficialmente na loja de aplicativos da companhia da maçã, não houve nenhuma intercorrência. Mas tudo mudou em 2018, quando os executivos da companhia perceberam que o serviço tinha uma versão paga que não estava sendo oferecida pela loja de aplicativos oficial da gigante americana. 

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“Nós não tínhamos uma versão paga do nosso aplicativo disponível na App Store, pois era gratuito. Fomos pegos de surpresa por um executivo da Apple que nos obrigou a adicionar In-App Purchases para continuarmos disponíveis no serviço deles”, contou Yen. Ele alega que sentiu como se os executivos da Apple tivessem visto algo que fizesse referência a algum retorno financeiro direto à companhia, e quisessem se aproveitar dessa renda. 

A equipe por trás do aplicativo não teve outra escolha e obedeceu à empresa. Entretanto, por conta dessa obrigação, o valor da assinatura do ProntoMail ficou mais cara com o intuito de permanecer lucrando mesmo tendo que pagar a taxa de 30% que a Apple exige para manter alguns desenvolvedores dentro da App Store.

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Andy também criticou a posição autoritária da Apple, que expulsa àqueles desenvolvedores ou empresas que não seguem a risca tudo o que a companhia manda. 

Epic Games X App Store

Quando a Apple mudou as regras da App Store, em setembro, permitindo que apps disponibilizem serviços pagos sem necessariamente oferecê-los dentro da própria loja, a Epic Games, desenvolvedora do ‘Fortnite’, chegou a solicitar à justiça o retorno do jogo à App Store. 

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O game acabo sendo banido em agosto deste ano após a empresa ter violado as regras da loja. A empresa, que removeu outros títulos da App Store, já tinha se movimentado judicialmente e vencido, quando autoridades legais americanas decidiram que a Apple não poderia banir todos os games que utilizam a “Unreal Engine” de sua plataforma.

Via: The Verge