Apesar de ser capaz de distinguir entre mais de um milhão de cores, a visão humana está limitada às ondas eletromagnéticas cujos comprimentos se localizam entre as faixas infravermelha e ultravioleta do espectro. Por isso, os telescópios das agências espaciais estão equipados com ferramentas que lhes permitem podem detectar diferentes tipos de frequências – de ondas de rádio a raios gama.

Essa abordagem de “comprimento de onda múltiplo” da astronomia é crucial para se obter uma compreensão completa dos objetos no espaço. Um exemplo é o Observatório de Raios X Chandra, lançado pela Nasa em 1999, parte da frota de “Grandes Observatórios” junto com o Hubble e o Spitizer.

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Recentemente, a agência espacial norte-americana reuniu uma galeria de imagens feitas pelo Chandra que mostram galáxias, supernovas, estrelas e nebulosas planetárias, como uma demonstração das possibilidades para a ciência quando dados de todo o espectro eletromagnético são reunidos.

O “universo de raios X” em particular se refere às observações dos fenômenos produzidos no cosmos quando a matéria é aquecida a milhões de graus – seja por campos magnéticos elevados, extrema gravidade ou forças explosivas do universo. “Os telescópios de raios-X também podem rastrear o gás quente de uma estrela em explosão ou detectar raios-X de matéria girando a cerca de 90 quilômetros do horizonte de eventos de um buraco negro estelar”, explica a Nasa.

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M82

NASA/CXC/STScI

Galáxia Messier 83. Imagem: Nasa/CXC/STScI

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Localizada a cerca de doze milhões de anos-luz de distância da Terra, a galáxia Messier 82 (ou M82) é particularmente interessante para os astrônomos por ser alinhada em relação ao nosso planeta. Essa posição dá aos telescópios uma visão interessante do que acontece quando esta galáxia sofre explosões de formação de estrelas.

As imagens de raios X do Chandra mostram gases com cerca de 20 mil anos-luz de comprimento que foram aquecidos a temperaturas acima de dez milhões de graus por repetidas explosões de supernova. A galáxia em si, em vermelho e laranja, foi observada pelos sensores do telescópio espacial Hubble.

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Abell 2744

NASA/CXC/STScI

Aglomerado Abell 2744. Imagem: Nasa/CXC/STScI

Combinando raios X do Chandra (em azul) com dados de luz óptica do Hubble (vermelho e verde), é possível ver o gás superaquecido do aglomerado de galáxias Abell 2744. Com temperaturas de dezenas de milhões de graus, os gases podem ser observados ao longo de milhões de anos-luz entre as galáxias.

Supernova 1987

 Alma (ESO/NAOJ/NRAO), P. Cigan/R. Indebetouw/NRAO/AUI/NSF, B. Saxton/Nasa/CXC/SAO/PSU/K. Frank et al./STScI

Supernova 1987A. Imagem: Alma (ESO/NAOJ/NRAO), P. Cigan/R. Indebetouw/NRAO/AUI/NSF, B. Saxton/Nasa/CXC/SAO/PSU/K. Frank et al./STScI

Uma das mais brilhantes explosões de supernova observada em séculos, a Supernova 1987A (SN 87A) foi vista no hemisfério sul em 24 de fevereiro de 1987. O novo objeto, localizado em uma galáxia próxima das chamada Grande Nuvem de Magalhães, teve seus efeitos registrados pelo Chandra – em especial sua onda de choque, interagindo com o material circundante a cerca de quatro anos-luz do ponto de explosão original.

Eta Carinae

NASA/CXC/STScI/ESA/N. Smith (University of Arizona), J. Morse (BoldlyGo Institute) e A. Pagan

Sistema binário Eta Carinae. Imagem: NASA/CXC/STScI/ESA/N. Smith (University of Arizona), J. Morse (BoldlyGo Institute) e A. Pagan

Os astrônomos sempre estão à espera da próxima estrela da Via Látea a explodir como uma supernova. Como não aconteceu com Beteugeuse, o sistema Eta Carinae voltou ao páreo, com suas duas estrelas massivas que orbitam uma à outra.

Esta imagem combina três tipos de luz: dados ópticos do Hubble (aparecendo como branco), ultravioleta (ciano) do Hubble e raios X do Chandra (a emissão roxa).

Galáxia Cartwheel

Nasa/CXC/STScI

Galáxia Cartwheel. Imagem: Nasa/CXC/STScI

O choque entre galáxias há 200 milhões de anos produziu ondas que varreram a galáxia Cartwheel (ESO 350-40), situada a cerca de 500 milhões de anos-luz da constelação do Escultor, no Hemisfério sul. O “acidente” criou um anel azul de 150 mil anos-luz de diâmetro, composto por estrelas jovens muito brilhantes.

Nebulosa da Hélice

 Nasa/CXC/JPL-Caltech/SSC/STScI(M. Meixner)/ESA/NRAO(T.A. Rector)

Nebulosa da Hélice. Imagem: Nasa/CXC/JPL-Caltech/SSC/STScI(M. Meixner)/ESA/NRAO(T.A. Rector)

Observar a nebulosa planetária da Hélice é como ver nosso futuro. Os astrônomos esperam que, da mesma forma, o Sol se expanda em suas camadas externas, e então seu núcleo se encolha – mas só daqui a cinco bilhões de anos.

As imagens da Nebulosa de Hélice contêm dados infravermelhos do Telescópio Espacial Spitzer (verde e vermelho), luz óptica do Hubble (laranja e azul), ultravioleta do Galaxy Evolution Explorer (ciano) e raios X do Chandra (em branco). A imagem tem cerca de quatro anos-luz de diâmetro.

Via: Nasa