Apesar de ser a estrela mais próxima da Terra (e em larga medida, responsável pelo surgimento da vida no planeta), o Sol ainda possui muitos mistérios que intrigam os cientistas. Por isso, a Nasa lançou em 2010 a Solar Dynamics Observatory (SDO), uma sonda espacial que está sempre de olho no astro-rei. Mas no último dia 16 essa observação foi “interrompida” por outro corpo celeste que é bem especial para nós.

A Lua fez uma famosa “photobomb” nas imagens da SDO, aquela aparição súbita que acaba capturando toda atenção da foto. O trânsito lunar durou cerca de 50 minutos – no seu pico, o satélite cobriu cerca de 44% do Sol. “Durante este tempo, a Lua também cobriu dois dos sensores de orientação fina da espaçonave – fazendo com que sua visão do Sol tremesse ligeiramente”, explica a Nasa.

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NASA’s Goddard Space Flight Center/SDO/Joy Ng
As imagens foram capturadas um comprimento de onda de luz ultravioleta extrema. Esse tipo de luz, invisível aos olhos humanos, foi colorida aqui em dourado. Imagem: Nasa’s Goddard Space Flight Center/SDO/Joy Ng

A SDO recuperou sua visão estável logo após a passagem da Lua. Atualmente, a sonda está acompanhando duas regiões ativas no hemisfério sul do Sol – áreas de campos magnéticos intensos, frequentemente associados à atividade solar e erupções.

O Sol passa por ciclos de atividade a cada 11 anos aproximadamente. Agora que o Ciclo Solar 25 está em andamento, os cientistas esperam que regiões mais ativas apareçam nos próximos meses. À medida que sua atividade aumenta, mais manchas cruzam sua superfície e dão origem a explosões solares, como a ejeção de massa coronal ou o lançamento de radiação e partículas carregadas pelo sistema solar.

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O efeito disso aqui na Terra varia entre a ocorrência de auroras boreais, interferências no nosso sistema de satélites até o desligamento da rede elétrica no solo. Previsões de ciclos solares são complicadas já que os cientistas não sabem tanto quanto gostariam sobre como nossa estrela de fato funciona.

A mudança gradual do campo magnético do Sol causa o ciclo de 11 anos. Como a estrela gira aproximadamente uma vez a cada 27 dias, seu material interno age como um fluido, de modo que seu equador gira muito mais rápido do que seus polos. Isso faz com que seus poderosos campos magnéticos se tornem progressivamente mais “emaranhados” –  e suas manchas solares e outras atividades magnéticas mais violentas –  até que a estrela inteira inverta sua polaridade magnética. É como se a Terra trocasse seus polos magnéticos Norte e Sul a cada poucos anos.

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As manchas solares visíveis são causadas por distúrbios magnéticos que deslocam sua camada externa brilhante e revelam as camadas internas um pouco mais frias (e mais escuras). As manchas podem durar dias ou semanas e variar em tamanho, mas geralmente são muito maiores que a Terra inteira.

Via: Nasa