

As pesquisas com a vacina AZ1222, da farmacêutica AstraZeneca com a Universidade de Oxford, encontraram um obstáculo no Brasil. Um voluntário dos testes, um médico de 28 anos, morreu em decorrência de complicações da Covid-19.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que supervisiona os ensaios clínicos das vacinas no Brasil, foi alertada sobre a ocorrência durante a segunda-feira (21). Como informou o órgão ao jornal O Globo, os pesquisadores já encaminharam os dados para a análise e o caso já está sendo investigado.
Há sigilo sobre a qual grupo de testes o voluntário pertencia, mas a publicação diz ter conseguido apurar que ele não recebeu a vacina que está sendo pesquisada, e sim o placebo, que não tem qualquer eficácia contra o vírus; no caso, o placebo é uma vacina contra meningite. Os responsáveis, no entanto, não falam abertamente sobre o tema por enquanto para poder confirmar ou negar a informação.
A Anvisa também afirma que o Comitê Internacional de Avaliação de Segurança que acompanha os ensaios clínicos recomendou que os testes não sejam paralisados, mesmo com a ocorrência. Mortes por Covid-19 estão dentro do protocolo de pesquisas, e a única justificativa para a suspensão é a descoberta de um evento adverso não esperado. Foi o caso de uma voluntária no Reino Unido que desenvolveu mielite transversal, forçando a interrupção global dos testes até que a investigação concluiu que a condição não foi causada pela vacina.
Apesar da informação de que o voluntário fazia parte do grupo placebo, existem alguns cenários que podem explicar a Covid-19 em participantes nos testes clínicos.