Após sete meses sem contato, a Nasa voltou a enviar comandos à sonda Voyager 2 na última quinta-feira (29). A comunicação foi possível graças ao conserto de uma antena em Canberra, na Austrália, a única no mundo capaz de se conectar com objetos tão distantes. 

A peça fundamental é a Deep Space Station 43 (DSS43), um disco de 70 metros de diâmetro que possibilita contato com espaçonaves que estejam no espaço profundo, ou seja, mais distantes que a Lua. A Voyager 2 está a cerca de 18 bilhões de quilômetros daqui, longe o bastante para que nenhuma antena do hemisfério norte consiga se conectar. 

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Este foi o primeiro reparo em um dos transmissores de rádio da DSS43 em 47 anos. Apesar de antigo, o aparato é potente, e precisa apenas que haja uma linha de visão livre entre a espaçonave e a Terra para enviar sinais. Ademais, as décadas de experiência contam como vantagem, também, já que a antena é capaz de fazer interface com a tecnologia dos anos 1970 da sonda.   

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Antena DSS43 tem 70 metros de diâmetro e fica em Canberra, na Austrália. Imagem: Nasa/Canberra Deep Space Communication Complex


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Sonda espacial Voyager 2

A sonda espacial Voyager 2 foi lançada em agosto de 1977 e, desde então, já passou por Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Ela é famosa, entre outras coisas, por carregar consigo um disco de vinil intitulado “Sons da Terra”, que inclui músicas e sons da natureza.

Agora, a sonda viaja pelo espaço interestelar, e foi de lá que ela recebeu o teste de sinal enviado pela DSS43 na madrugada do dia 29. A espaçonave não apenas reconheceu o contato, como também executou o comando dos controladores da missão.  

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“O que torna esta tarefa única é que estamos trabalhando em todos os níveis da antena, desde o pedestal no solo até os receptores no centro do disco que se estendem acima da borda”, disse em nota o gerente de projetos de Espaço Profundo da Nasa, Brad Arnold.

A Voyager 2 não é o único bom motivo para que a agência invista em reparos na DSS43. A antena pode desempenhar um papel fundamental também em missões futuras, como a Perseverance, que deve aterrissar em Marte em fevereiro, e o Programa Artemis, com destino à Lua. A restauração do aparato deve ser totalmente concluída em fevereiro de 2021.

Via: CNN