‘The Pathless’ é um daqueles jogos que você olha e logo é arrebatado pelo cuidado dos desenvolvedores – que, aqui, é o pessoal do Giant Squid, os mesmos responsáveis pelo aclamado ‘Abzû’. Cores fortes e quentes nos personagens – e o contrário para os cenários -, dão um contraste bastante interessante para o título – e complementam sua proposta.

Andar pelos cenários será tarefa rotineira, mas nada que uma boa ambientação e ótimos puzzles não resolvam. Além disso, a presença de uma águia como companheira faz com que a jogatina tenha diversas variações, já que é necessário manter o vínculo entre os dois personagens para terminar a aventura. 

O título é um dos grandes destaques da nova geração de consoles, já que faz parte dos games que chegam junto do lançamento do PlayStation 5 – apesar de sair também para PS4, PC e iOS.

História

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No game controlamos a Caçadora, uma mestre arqueira que tem como objetivo livrar seu mundo de um terrível mal. Essa parece uma sinopse bastante simples, certo? E de fato é. Mas é nisso que o jogo acerta.

Com um vilão bastante ameaçador, conhecido como Deicida, o jogo cria uma atmosfera exploratória bastante interessante – e que bebe da fonte de outros games, como ‘Journey’ e ‘Zelda: Breath of the Wild’ -, mas que não elimina o perigo iminente causado pelo inimigo.

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No entanto, até chegar ao grande causador de tudo, os jogadores devem desbravar o mundo e resolver diversos enigmas que são divididos por áreas. Quando uma delas é completada, uma batalha com o deus do local – que está sob o controle de Deicida – acontece.

São nesses embates que o jogo se destaca, já que os inimigos são implacáveis e representam um bom nível de dificuldade – além de serem um pouco assustadores.

Movimentação e mecânicas

À primeira vista, a movimentação do game pode parecer muito limitada, já que a personagem anda bastante devagar. No entanto, quando você entende que deve-se atirar com seu arco nos amuletos espalhados pelo cenário para correr, a movimentação se torna bastante fluída, dinâmica e acrobática.

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Além disso, com a ajuda da águia, é possível alcançar lugares altos. No entanto, há um limite de altura, que pode ser expandido conforme upgrades são conquistados. Mesmo assim, caso você não consiga alcançar um lugar de imediato, procure alternativas, quase sempre há outras formas. Por isso, a dica principal para se dar bem em ‘The Pathless’ é uma só: explore o máximo possível. 

Outro ponto que merece destaque é a interação entre a Caçadora e a ave. Quando vocês entram no mundo das trevas, o animal é bastante afetado, ficando impossibilitado de realizar algumas ações. Ao sair, basta “limpá-la” do mal ao fazer carinho por todo o seu corpo. Isso cria um laço afetivo entre o jogador e os personagens. O que é bem interessante.

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No entanto, como nem tudo é perfeito, a ambientação pode parecer meio vazia, já que há imensidões que parecem sem qualquer vida e, consequentemente, sem nada para fazer. Mesmo assim, podemos entender isso como uma maneira encontrada para transformar a aventura em algo mais contemplativo – e isso é evidenciado pela trilha sonora que assume um tom mais suave na maioria dos momentos – que é espetacular.

No geral, os controles possuem uma boa resposta e ajudam mais do que atrapalham na movimentação, que, muitas vezes, exige rapidez e precisão para realizar manobras, como subir em plataformas e construções. Mais um ponto para o estúdio. 

Mapa

O local onde o game se passa é grande e variado. O jogador tem total liberdade para explorar. Não há indicação de objetivo ou direção. Isso garante que nem todo caminho seja igual. Dificilmente você seguira o mesmo caminho que outro jogador. 

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No entanto, esse também pode ser um dos problemas do título. Isso porque, em alguns momentos, a sensação de que você está em um ‘walking simulator’ pode fazer com que a experiência seja prejudicada. Mesmo assim, felizmente, logo que alguma estrutura é encontrada, o jogo retorna à sua glória com puzzles bem interessantes.

Conclusão

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‘The Pathless’ é um jogo bastante interessante. Apesar de não ser exatamente um exclusivo do PlayStation 5, o título é um ótimo exemplo de jogo competente para o início de geração – além de ser um deleite para os olhos. 

Caso você queira experimentar algo diferente dos “gigantes” que acompanham o PS5, dê uma chance para esta belíssima história de amizade. Confesso que a amizade dos protagonistas é tão intensa que, em alguns momentos, lágrimas quase escaparam. Por isso, vale uma chance.

Para testar o título, a Giant Squid e a Annapurna Interactive enviaram ao Olhar Digital uma cópia do jogo para PlayStation 5.