A China lançou nesta segunda-feira (23) a Chang’e-5, a quinta missão de seu programa de exploração lunar. Um foguete Longa Marcha 5 decolou do Centro de Lançamento de Satélites Wenchang carregando 8,2 toneladas de equipamentos, incluindo múltiplos veículos que serão usados para coletar e trazer de volta amostras do solo lunar.

Se tiver sucesso a China será o terceiro país a conseguir amostras da Lua, depois dos EUA (na missão Apollo 11 em 1969) e da União Soviética (na Luna 16 em 1970). A quantidade a ser coletada chama a atenção: enquanto a Luna 16 trouxe apenas 100 gramas de solo, os cientistas chineses esperam que a Chang’e-5 traga entre 2 e 4 Kg.

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Trabalho de equipe

A missão é um verdadeiro trabalho em equipe, e os profissionais do Programa Chinês de Exporação Lunar (CLEP, China Lunar Exploration Program) terão de coordenar a operação de quatro espaçonaves robotizadas para cumprir seu objetivo.

A primeira espaçonave é um “módulo de serviço”, que será responsável pela captação de energia solar, usada para alimentar os equipamentos, e pela jornada até a Lua. Após entrar em órbita lunar duas espaçonaves, um módulo de pouso (lander) e um veículo de retorno, se separam e descem até a superfície.

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Reprodução

As amostras trazidas pela Chang’e-5 poderão nos ajudar a entender a formação e evolução da Lua. Foto: ESO/D. Baade

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O local de pouso na Lua é uma região conhecida como Oceanus Procellarum, que tem poucas crateras. Cientistas especulam que isso acontece porque houve atividade vulcânica na região, cobrindo as crateras originais com magma. As amostras podem dizer aos cientistas quando esta ativiade ocorreu, o que nos dará uma melhor idéia de como a Lua se formou e evoluiu ao longo do tempo.

O módulo de pouso irá perfurar a superfície da Lua, e transferir o material para o veículo de retorno. Este irá então decolar como um foguete, e se encontrar com o módulo de serviço em órbita. O material recolhido será transferido para o quatro veículo, uma cápsula que retornará à Terra e pousará em um deserto na Mongólia.

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Bate e volta

O veículo terá 14 dias terrestres, ou meio dia lunar, para completar sua missão. Isso porque não tem um sistema de aquecedores para proteger seus componentes das gélidas noites lunares, quando a temperatura pode chegar a -173 ºC

A Chang’e 5 é a terceira fase do CLEP (Chinese Lunar Exploration Program, Programa Chinês de Exploração Lunar), que começou em 2017 com a entrada da Chang’e 1 em órbita lunar. O programa tem esse nome em homenagem à Deusa chinesa da Lua, cuja lenda serviu de inspiração para o filme “A caminho da Lua”, que estreou recentemente no Netflix. O modulo de pouso da Chang’e 3 e o rover Yutu, que chegaram à Lua em dezembro de 2013, aparecem no filme.

Os EUA pretendem retomar as missões tripuladas à Lua em 2024, com o programa Artemis. A China ainda não definiu uma data fixa para isto, mas estuda uma possível missão na década de 2030.