Um submarino tripulado chinês chamado Fendouzhe (“Lutador”) chegou a um dos pontos mais profundos dos oceanos, o fundo da Fossa das Marianas, no Oceano Pacífico. O veículo fez 13 mergulhos entre outubro e novembro, e em 8 deles superou uma profundidade de 10 mil metros.

O mais profundo foi em 10 de novembro, quando chegou a 10.909 metros abaixo da superfície. Ainda assim, a equipe chinesa não superou o recorde de maior profundidade em mergulho tripulado, estabelecido pelo norte-americano Victor Vescovo, que em junho deste ano usou o submarino DSV Limiting Factor para chegar a 10.934 metros na região mais profunda da fossa, conhecida como “Abismo Challenger”.

O Fendouzhe recolheu para estudo amostras de sedimentos, rochas e microorganismos. A China é um dos cinco países, além dos Estados Unidos, França, Rússia e Japão, com tecnologia para construção de submarinos capazes de alcançar profundidade superior a 3.500 metros. Um dos objetivos da missão, além do teste da tecnologia de mergulho, é a busca por recursos naturais.

Tesouro submarino

Segundo a CNN o jornal chinês People’s Daily, veículo oficial do governo, declarou: “o Japão descobriu recentemente depósitos de terras raras no Oceano Pacífico, onde se acredita que as reservas recuperáveis seja mil vezes mais abundantes do que em solo. O fundo dos oceanos é um mundo completamente novo. Se não o explorarmos, outros o farão”.

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As “terras raras” são um conjunto de metais essenciais para a produção de baterias e circuitos eletrônicos de alto desempenho. Atualmente a China é o maior produtor mundial e domina o mercado, com cotas rígidas limitando a quantidade do material que pode ser exportada e quanto deve ser destinado à indústria local.

Mais alto e mais fundo

Em julho deste ano a primeira astronauta americana a andar no espaço conseguiu mais um feito. Kathy Sullivan, de 68 anos, tornou-se a primeira mulher a alcançar o ponto mais profundo do oceano, o Challenger Deep.

A astronauta e oceanógrafa esteve acompanhada de Victor Vescovo, o explorador que financiou a missão. O passeio a bordo do submarino DSV Limiting Factor a 11 mil metros de profundidade no oceano Pacífico durou cerca de uma hora e meia. A dupla levou quase quatro horas para voltar à superfície.

Kathy Sulivan e Victor Vescovo após atingir o ponto mais profundo dos oceanos a bordo do submarino DSV Limiting Factor.
Kathy Sullivan e Victor Vescovo após alcançarem o ponto mais profundo do Pacífico. Foto: Enrique Alvarez

Ao retornar ao navio, Sullivan e Vescovo entraram em contato com um grupo de astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS) para comentar o sucesso da missão marítima.

Fonte: Xinhua News