Descubra como você paga pelos testes “gratuitos” do Facebook

Por Acsa Gomes, editado por Liliane Nakagawa 02/01/2021 19h00, atualizada em 02/01/2021 23h52
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Ninguém quer ficar de fora. Se amigos e familiares compartilham, por que logo eu não vou participar? Não é assim? Quantos desses testes você já fez? Com qual celebridade você se parece? Como você seria se fosse do sexo oposto? Que tipo de animal você seria? Perguntas tentadoras com respostas curiosas… Testes que parecem um tanto ingênuos e até divertidos compartilhados no Facebook mascaram a incessante caça por dados pessoais; informações que rendem um bom dinheiro para alguém e que, sem pensar muito, você concorda em ceder simplesmente em troca de um resultado aleatório.

Não entraremos no mérito da qualidade dos testes. Aliás, o resultado de alguns deles é mesmo inusitado. Mas ao colecionar informações de dezenas, centenas, milhares de usuários, empresas constroem bases capazes de traçar perfis e grupos e vendem esses dados para uma rede publicitária comportamental online.

Até aí, pouca gente enxerga algum perigo ou algo maléfico em trocar informações pessoais por um momento divertido. O problema é que muitas vezes essa coleta de dados pode ser usada para algo nem tão legal. Em posse do seu nome, foto, perfil, idade, data de nascimento, e-mail e todas fotos que aparece, acredite, dá pra fazer muita coisa. Definitivamente, chegou a hora de a gente criar consciência de como essa troca de dados pode impactar nossa vida. Vai muito além da personalização de ofertas.

Calma, ninguém está dizendo para trancar suas informações pessoais a sete chaves em um cofre. A principal recomendação é se conscientizar e tentar entender como aqueles seus dados vão ser utilizados. Ou pelo menos pensar duas vezes antes de sair entregando tudo. No Brasil ainda não há uma lei que controle o que empresas podem ou não fazer com seus dados pessoais.

No final das contas, enquanto projetos não saem do papel, a melhor forma de se proteger é controlando a curiosidade. Especialistas acreditam que trabalhar a conscientização da sociedade sobre o impacto dessa troca de dados é fundamental. E isso tudo faz parte do amadurecimento do usuário. Até pouco tempo atrás, todo mundo comprava em qualquer site e saia clicando em qualquer link ou anexo que viesse em um e-mail. Hoje, a maioria está mais esperta. É preciso avançar no uso das redes sociais também… mais cautela.

Se, por acaso, você fez algum desses testes e está arrependido, ainda dá tempo de proteger seus dados, negando o acesso de qualquer aplicativo às suas informações pessoais. Nas configurações dos aplicativos dentro do Facebook é possível remover o acesso de qualquer aplicação que considere suspeita. O problema é que, mesmo depois disso, se a empresa ainda usar seus dados contra a sua vontade, não haverá lei para te proteger – pelo menos por enquanto. Não se engane: sempre que você usa um produto gratuito na internet, o produto pode, na verdade, ser você!

Acsa Gomes
Redator(a)

Acsa Gomes é formada em Comunicação Social com ênfase em Jornalismo pela FAPCOM. Chegou ao Olhar Digital em 2020, como estagiária. Atualmente, faz parte do setor de Mídias Sociais.

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Liliane Nakagawa é redator(a) no Olhar Digital