A vacinação é, há séculos, a melhor forma de prevenir e até erradicar doenças. Por isso, quando a enfermidade é grave como a Covid-19, que pode causar sequelas em diferentes órgãos, não tomar a vacina é correr um risco desnecessário.

O alerta é da virologista Ana Fernández-Sesma, professora de microbiologia na ICAHN, a Escola de Medicina do Hospital Monte Sinai, em Nova York, nos EUA. Ela conta que as vacinas contra a Covid-19 têm sido submetidas a muito rigor e só são aprovadas as que realmente demonstram que funcionam.

Mesmo assim, e com campanhas de vacinação já implantadas em muitos países, ainda há quem esteja inseguro ou seja contra os imunizantes. Ana diz que, desde o início da pandemia e diante da urgência de ter uma vacina para frear a doença, a comunidade científica busca uma fórmula.

Segundo ela, depois de todo o trabalho e de ter conseguido desenvolver soluções em tempo recorde, há quem diga que foi muito rápido e que não sabe se dá para confiar. “É uma pena que alguns tenham decidido que a pesquisa foi feita depressa e correndo, quando isso não é a verdade.”

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Como a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou estado de emergência, muitos obstáculos foram retirados. “Isso não quer dizer que etapas foram eliminadas, mas que o tempo pôde ser acelerado”, revela. Além disso, as vacinas da Pfizer com a BioNTech e da Moderna, por exemplo, usam RNA mensageiro sintético, que pode ser produzido muito rapidamente.

Para Ana, o grupo de manifestantes antivacina é como se não existisse, porque são fanáticos que não se convencem, mas ela ressalta que é importante informar a população em geral. “Há pessoas um pouco relutantes, porque foi criada uma sensação de insegurança. Parece que queremos enganá-los, envenená-los.”

Ela diz que quem diz que não vai tomar vacina deve deixar de aproveitar os outros benefícios de viver em sociedade. “Há direitos, deveres e respeito pelos outros. Se alguém não é do grupo de risco, deve lembrar que uma vizinha pode ser, e vice-versa, porque no fim todos pegam o mesmo elevador e, às vezes, até juntos.”

Uma possível terceira onda

Sobre o futuro da pandemia, Ana avisa que pode haver uma terceira onda em breve. Isso porque houve muitos contágios durante as celebrações de fim de ano, com muito relaxamento. Para ela, entretanto, não deve ser uma onda grave como as anteriores, mas os profissionais de saúde já estão exaustos.

A virologista estima que, se em quatro meses, forem vacinados todos os grupos de risco, a gravidade da pandemia vai diminuir significativamente e o número de internações também.

Fonte: EFE