Na última quarta-feira (6), um grupo de apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, invadiu o Capitólio, sede do congresso em Washington, durante a contagem oficial dos votos do Colégio Eleitoral referente as eleições presidenciais de novembro. No entanto, as redes sociais foram pressionadas pela forma como lidam com as ações de Trump.

Nesta quinta-feira (7), um comunicado do Facebook confirmou que ele está banido indefinidamente tanto do próprio Facebook, quanto do Instagram. A rede social entende que o então presidente apresenta riscos ao continuar utilizando os seus serviços.

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O anúncio foi feito por Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, em uma postagem na rede social. Segundo o CEO, o Facebook permitiu “que o presidente Trump usasse nossa plataforma de acordo com nossas próprias regras, às vezes removendo conteúdo ou rotulando suas postagens quando violavam nossas políticas”.

Acesso ao discurso no Facebook

Ainda segundo Zuckerberg, Trump não havia sido banido até então porque o Facebook acredita “que o público tem direito ao mais amplo acesso possível ao discurso político, mesmo ao discurso polêmico”.

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Por outro lado, “o contexto atual agora é fundamentalmente diferente, envolvendo o uso de nossa plataforma para incitar uma insurreição violenta contra um governo eleito democraticamente”.

Em 20 de janeiro, o governo Trump fará a transição para o presidente eleito Joe Biden. O Facebook esclarece que o banimento com data indefinida deverá perdurar por pelo menos duas semanas. Ou, como cita o próprio CEO, “até que a transição pacífica de poder seja concluída”.

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Essa é a abordagem mais ampla adotada por uma rede social ao presidente Trump. Durante as eleições, postagens feitas por ele foram rotuladas contendo informação falsa no Facebook e Twitter, por exemplo.

Controle do discurso digital

Ainda na quarta-feira, Trump publicou um vídeo falando com os seus apoiadores que invadiram o Capitólio. O material foi removido do YouTube, Facebook e Twitter por conter conteúdo que poderia incitar o ódio e a violência.

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Como resultado, o Twitter bloqueou o conteúdo de ser comentado, curtido ou republicado por outros usuários. A plataforma também anunciou um banimento leve de 12 horas à conta do presidente, além exigir que as postagens sobre o tema fossem excluídas para que sua conta fosse “devolvida”.

Ainda ontem, o Facebook também anunciou que Trump seria banido por mais de 24 horas na plataforma e no Instagram. A extensão do banimento anunciada hoje é mais uma forma de tentar conter a propagação de conteúdo odioso espalhado por ele.

O caso de hoje também foi comentado por personalidades como Edward Snowden. Ele disse, em seu Twitter, que o Facebook “oficialmente silenciou o presidente dos Estados Unidos. Para o bem ou para o mal, isso será lembrado como um ponto de inflexão na batalha pelo controle do discurso digital.”