O Google concluiu a compra da Fitbit, anunciada há pouco mais de um ano e dois meses. O último passo aconteceu em dezembro, quando a empresa obteve aprovação antitruste da União Europeia para a aquisição.

O negócio, fechado em US$ 2,1 bilhões (R$ 10,9 bilhões, na cotação atual – e a título de curiosidade, R$ 8 bilhões quando o anunciamos em 2019) foi aprovado após o Google concordar em adotar algumas restrições em relação ao uso de dados dos clientes.

“Este acordo sempre foi sobre dispositivos, não dados, e deixamos claro desde o início que protegeremos a privacidade dos usuários Fitbit”, afirmou o vice-presidente sênior de dispositivos e serviços do Google, Rick Osterloh, em comunicado. O executivo conta que as empresas trabalharam em uma série de compromissos vinculativos que garantirão que “os dados de saúde e bem-estar dos usuários Fitbit não serão usados para anúncios do Google”.

Para receber aprovação para fechar a compra, o Google prometeu à Comissão Europeia que também não armazenará os dados da Fitbit junto com os utilizados para publicidade digital. Além disso, as informações coletadas não serão usadas para o Google Ads. Os usuários também terão a opção de definir se querem seus dados guardados em uma conta do Google ou Fitbit.

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O Fitbit Sense é o aparelho mais novo da marca, lançado em agosto. Imagem: Fitbit/Divulgação

Ainda não está claro como a Fitbit mudará sob a propriedade do Google. “Continuaremos permitindo que os usuários optem por se conectar a serviços de terceiros para que sincronizar seus aplicativos favoritos de saúde e fitness”, afirma Osterloh. Inicialmente, a marca continuará separada do Google – como era a Nest, fabricante de aparelhos para casas inteligentes, até se tornar submarca da divisão de hardware da gigante das buscas.

Há alguns anos, a Fitbit já foi líder no mercado no segmento de dispositivos vestíveis. No entanto, com a chegada de concorrentes – como Apple, Xiaomi e Samsung – a empresa começou a perder espaço. “Vendemos mais de 120 milhões de dispositivos em mais de 100 países”, conta James Park, um dos fundadores da empresa. “Juntos, demos 275 trilhões de passos e registramos mais de 15 bilhões de horas de sono”, completa, no comunicado oficial.

Com essa aquisição, o Google terá uma base muito maior para desenvolver dispositivos vestíveis integrados ao Android. O foco da Fitbit no rastreamento de condicionamento físico poderá ser integrado aos aplicativos existentes do Google Fit, por exemplo, oferecendo uma concorrência mais forte.

Negócio fechado?

Apesar da aprovação da União Europeia e do anúncio das duas empresas, alguns pontos da compra ainda podem estar pendentes. O Departamento de Justiça dos EUA emitiu uma nota sobre a aquisição, afirmando que ainda há uma investigação em andamento.

“Embora a Divisão Antitruste não tenha chegado a uma decisão final sobre se deve prosseguir com uma ação de execução, o órgão continua a investigar se a aquisição da Fitbit pelo Google pode prejudicar a concorrência e os consumidores nos Estados Unidos. A Divisão continua empenhada em conduzir essa revisão da forma mais completa, eficiente e rápida possível”, afirma o comunicado.

Sobre a declaração do Departamento de Justiça, o Google garante que cumpriu uma “extensa revisão nos últimos 14 meses, e o período de espera acordado expirou sem sua objeção”. Um porta-voz da empresa afirmou ainda que a companhia está confiante “de que este acordo aumentará a concorrência em um mercado lotado de vestíveis e assumimos compromissos que planejamos implementar globalmente”.

Via: The Verge