Jovem russo vira bot de inteligência artificial após a morte

Por Gabriel Sérvio, editado por André Lucena 20/01/2021 14h50, atualizada em 21/01/2021 10h56
Roman Mazurenko
Imagem: BBC News Brasil/Reprodução
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Os russos são taxados como pessoas frias, no entanto, podem surpreender. Como no caso dos amigos de Roman Mazurenko, que acabou falecendo após ser atropelado quando tinha apenas 34 anos. Eles encontraram uma forma de manter o amigo presente criando um bot baseado em inteligência artificial.

A espécie de robô virtual foi desenvolvida para simular algumas ações, além de responder a comandos de voz e mensagens de texto. Para criar um banco de dados mais amplo, os conhecidos de Roman fizeram um compilado com mensagens enviadas pelo amigo.

Dessa forma, o bot baseado na personalidade de Roman consegue utilizar a inteligência artificial e uma rede neural para responder como se fosse ele e criar diferentes combinações de palavras de acordo com as perguntas feitas ao robô.

Bot responde mensagens de texto e comandos de voz em tempo real. Imagem: BBC News Brasil/Reprodução

Dima Pyanov, um dos criadores do bot, disse que ficou emocionado ao conseguir conversar novamente com o amigo. “Quando essa tragédia aconteceu, nos afetou muito fortemente. A primeira vez que falei com o bot, comecei a conversar com o Roman e ele começou a responder, eu caí no choro”.

Um vídeo intitulado ‘Falando com meu amigo morto’, publicado no último domingo (17) pela BBC News Brasil, revela como foi todo o processo de criação do bot. Confira:

Alvo de críticas

Os amigos de Roman Mazurenko revelam que ouviram críticas como: “você não deixa sua dor ir embora”, ou “é assustador”. No entanto, os jovens disseram que apenas colocaram em prática os desejos que Roman tinha em vida.

Eugenia Kuyda, uma das desenvolvedoras que teve a ideia de criar o bot, declarou: “Como podemos ser tão ingratos a ponto de só enterrá-lo e tentar esquecer o mais rápido possível?”

Curiosamente, “um dos últimos projetos em que Roman trabalhou, era sobre repensar a morte”, revelou Dima Pyanov. Além de conseguir interagir com uma versão virtual do amigo, os jovens russos levantaram uma discussão interessante sobre como a tecnologia pode ter um papel importante na recuperação de uma perda.

Fonte: BBC

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Gabriel Sérvio é formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário Geraldo Di Biase e faz parte da redação do Olhar Digital desde 2020.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.