Twitter suspende grupo de ativistas conservadores por violação de privacidade

Rede social acusou o grupo “Project Veritas” de divulgar informações privadas de um dos inúmeros vice-presidentes do Facebook em vídeo
Por Rafael Arbulu, editado por Flávio Pinto 12/02/2021 11h14, atualizada em 12/02/2021 11h25
Project Veritas
Imagem: Project Veritas/Divulgação
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A conta do grupo ativista conservador “Project Veritas” (“Projeto Verdade” do inglês/latim) foi permanentemente suspensa pelo Twitter após a publicação de um vídeo. Nele, um de seus membros questiona Guy Rosen, vice-presidente de integridade do Facebook, à frente de sua casa. As informações são do jornal The New York Times.

A acusação do Twitter é a de que o Veritas violou a privacidade de Rosen ao mostrar, em vídeo, o local de sua residência, bem como a exposição pública de sua imagem. Em comunicado, James O’Keefe, fundador do grupo e que também teve sua conta suspensa (ainda que temporariamente), negou as acusações.

Grupo ativista conservador Twitter
Grupo conservador Veritas teve sua conta suspensa do Twitter por violação de informações privadas. Imagem: Chip Somodevilla/Getty Images

Segundo O’Keefe, o vídeo em questão mostra o que ele referiu-se como “um de nossos repórteres” fazendo perguntas a Guy Rosen, mas o material não continha informações privadas de qualquer espécie. Ele ainda afirmou que a publicação não seria apagada do Twitter. “Não seria consciente de minha parte derrubar uma reportagem nossa sendo que ela não viola nenhuma privacidade de informação”.

Até o fechamento desta nota, a conta de O’Keefe no Twitter já havia sido restaurada. Anteriormente, ela estava bloqueada pelo Twitter, que pedia pela remoção do vídeo do Project Veritas. Uma vez que o grupo foi banido da rede social, O’Keefe conseguiu voltar, agora com um post fixado no topo de sua página dizendo “EU VOLTEI!” junto de um vídeo detalhando sua disputa com a rede social de Jack Dorsey.

Conservadores fazem parte do Project Veritas

O Project Veritas é uma figura proeminente no meio conservador, tendo, inclusive, todos os filhos do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (ele próprio também banido do Twitter), entre os seus seguidores. O grupo se define como “ativista”, mas suas atividades foram amplamente desacreditadas por especialistas, que afirmam que o Veritas pratica a veiculação da desinformação.

Um de seus vídeos, que afirmava “provar a fraude” das eleições norte-americanas de novembro de 2020, foi chamado de “campanha elitizada e coordenada de desinformação doméstica” por pesquisadores das universidades de Stanford e de Washington.

O Twitter não comentou o caso, e a página do que era o perfil do Project Veritas na rede social diz apenas que a conta está suspensa por violação dos termos de uso da plataforma.

Fonte: The New York Times / Politico

Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

Redator(a)

Flávio Pinto é redator(a) no Olhar Digital