Sanções podem fazer Huawei reduzir a produção de smartphones em até 60%

Por Rafael Rigues, editado por Flávio Pinto 20/02/2021 16h57, atualizada em 22/02/2021 09h34
Huawei testou sistema que reconheceu etnias e avisou a polícia
Foto: Veja/Shutterstock
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As sanções impostas pelo governo dos EUA estão tendo um impacto significativo na participação da Huawei no mercado de smartphones. Depois de transformar sua marca de celulares intermediários, a Honor, em uma empresa independente, a fabricante reduziu drasticamente a previsão de vendas de smartphones neste ano.

De acordo com o site Slashgear, citando o jornal japonês Nikkei, a empresa informou seus fornecedores que devem esperar uma redução de até 60% nos pedidos de componentes neste ano. Em contraste aos 189 milhões de aparelhos que a empresa entregou em 2020, neste ano ela espera produzir apenas entre 70 a 80 milhões de unidades.

Não só a quantidade, mas também o tipo de componentes adquiridos foi afetado pelas sanções. As fontes do Nikkei citam que a Huawei está pedindo apenas componentes para smartphones 4G, já que a exceção ao embargo que permite que compre modems da norte-americana Qualcomm não cobre modems 5G.

Huawei P40. Sanções impedem que aparelho seja vendido fora da China e forçaram empresa a reduzir a produção de smartphones
Sem poder fazer negócios com empresas nos EUA, a Huawei não consegue vender aparelhos, como o P40, fora da China. Imagem: Framesira/Shutterstock

No Brasil, onde é forte no segmento de infraestrutura, o futuro da Huawei também é incerto. Sob a alegação de que a empresa atua como um braço de espionagem do Partido Comunista Chinês, o governo do ex-presidente norte-americano Donald Trump fez lobby contra a entrada da empresa chinesa no mercado brasileiro do 5G. A ideia teria apoio de membros da “ala ideológica” do governo federal, que cogitaram a elaboração de um decreto para proibir a participação da empresa no leilão.

Mas, segundo o Estadão, a iniciativa perdeu força e a participação da empresa deve ser liberada. Entre os motivos estão a derrota de Donald Trump para Joe Biden, que deve levar a um realinhamento da relação entre os EUA e a China, e a constatação do alto custo, para as operadoras, decorrente da substituição de equipamentos da Huawei em suas redes atuais.

Segundo o Tilt, canal de tecnologia do UOL, a consultoria de mercado IDC estima a participação da empresa entre 30 a 70%, dependendo da “camada” na rede de telecomunicações, como antenas ou backbones. A própria Huawei, que atua no Brasil há 22 anos, se limita apenas a dizer que seus equipamentos cobrem “95% da população brasileira”.

Fonte: SlashGear

Redator(a)

Rafael Rigues é redator(a) no Olhar Digital

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Flávio Pinto é redator(a) no Olhar Digital