Um esqueleto de um ancestral de nossa espécie com idade estimada em 4,4 milhões de anos pode nos ajudar a esclarecer a relação evolutiva entre humanos e grandes primatas, e como os primeiros hominídeos aprenderam a caminhar em pé.

O espécime em questão é o esqueleto fossilizado de um Ardipithecus Ramidus (apelidado de “Ardi”), encontrado na Etiópia em 1994, cujos ossos de uma de suas mãos estavam “excepcionalmente bem preservados”.

publicidade

Isso permitiu a Thomas Cody Prang, professor assistente de antropologia na Texas A&M University, nos EUA, comparar sua anatomia com a de outros fósseis e primatas, para determinar o comportamento locomotor usado pelos primeiros hominídeos.

“A forma dos ossos reflete a adaptação a hábitos ou estilos de vida específicos – por exemplo, o movimento de primatas – e ao traçar conexões entre a forma dos ossos e o comportamento entre as espécies vivas, podemos fazer inferências sobre o comportamento de espécies extintas, como Ardi, que não podemos observar diretamente”, disse Prang.

publicidade

“…encontramos evidências de um grande ‘salto evolutivo’ entre o tipo de mão representada por Ardi e todas as mãos de hominídeos posteriores, incluindo a da espécie de Lucy (um famoso esqueleto de australopiteco com 3,2 milhões de anos encontrado na mesma área na década de 1970). Esse ‘salto evolutivo’ acontece em um momento crítico quando os hominídeos estão desenvolvendo adaptações para uma forma mais humana de caminhada, e quando as primeiras evidências da fabricação e uso de ferramentas de pedra, como marcas de corte em fósseis de animais, são descobertas”.

Reconstrução de um Australopithecus Afarensis, possível ancestral dos humanos
Reconstrução de um Australopithecus Afarensis, espécie de Lucy e possível ancestral dos humanos modernos. Imagem: Wolfgang Sauber / Wikimedia Commons (CC-BY-SA 4.0)

Segundo Prang, Ardi pode nos ajudar a compreender de que tipo de ancestral os humanos e os chimpanzés evoluíram. “Nosso estudo apoia uma ideia clássica proposta pela primeira vez por Charles Darwin em 1871, quando ele não tinha fósseis ou conhecimento de genética, de que o uso das mãos e membros superiores para manipulação apareceu nos primeiros ancestrais humanos em conexão com o andar ereto”, disse ele. “A evolução das mãos e pés humanos provavelmente aconteceu de uma forma correlata.”

publicidade

Como Ardi é um espécime muito antigo, seu esqueleto pode conter características que estavam presentes no último ancestral comum entre humanos e chimpanzés, o que ajudaria a esclarecer a origem da linhagem humana, e de nosso caminhar ereto.

“Ele pode nos colocar um passo mais perto de uma explicação de como e porque os humanos evoluíram nossa forma de caminhada”, disse Prang.

publicidade

Fonte: Phys.org

Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!