Facebook é investigado por suspeita de racismo sistêmico

O Facebook está sendo investigado por uma agência dos EUA por suspeita de práticas racistas em políticas internas, o que resultaria em oportunidades diferenciadas para colaboradores negros
Por Tissiane Vicentin, editado por André Lucena 09/03/2021 13h43, atualizada em 09/03/2021 13h53
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Crédito: Drop/Shutterstock
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A Comissão de Oportunidades Iguais de Emprego (EEOC, na sigla em inglês) dos Estados Unidos deu início a uma investigação contra o Facebook, sob a suspeita de que a empresa de Mark Zuckerberg possui viés racista em diversos processos de contratação.

A comissão investigava o Facebook nesse sentido desde o ano passado. Agora, a Reuters relatou na última sexta-feira (5) que a apuração teria tomado uma proporção maior, e a agência está analisando a aplicação de práticas discriminatórias em outros processos internos, como o de promoção de funcionários.

Desse modo, a investigação caracterizaria uma discriminação “sistêmica” nas políticas da companhia.

diversidade
O Facebook está sendo investigado após ser acusado por funcionários de não dar oportunidades iguais a colaboradores negros. Crédito: Shutterstock

A EEOC possui uma política que permite a colaboradores abrirem reclamações formais contra seus empregadores, geralmente solucionadas por meio de mediação ou, se for algo mais grave, de uma forma que os reclamantes possam entrar individualmente com um processo contra empregadores.

Nesse caso, como a queixa entrou em uma classificação de “sistêmica”, a investigação passa a englobar necessariamente especialistas como parte da análise, a fim de endereçar dados da empresa com mais detalhes. Em último caso, a investigação pode levar a uma ação coletiva, e englobar classes de trabalhadores e não apenas indivíduos.

Sobre o caso

A investigação da EEOC entrou em curso após uma reclamação formal do funcionário Oscar Veneszee Jr., que entrou com a denúncia à agência, afirmando que o Facebook não dá aos colaboradores negros oportunidades iguais de crescimento na carreira.

“Nós temos um problema com negros”, disse ele, em entrevista à NPR. Veneszee ocupa o cargo de gerente de parcerias estratégicas para diversidade. É parte do trabalho dele selecionar e contratar pessoas com perfis diversos, em linha com iniciativas de diversidade do Facebook.

Ainda na entrevista à NPR, Veneszee afirma que foram estabelecidas metas para aumentar a diversidade na empresa, mas que “falhamos em criar uma cultura interna que encontre, cresça e mantenha negros na empresa”.

A queixa, feita inicialmente em julho passado, foi assinada por outros dois funcionários e outro candidato.

Na reclamação, Veneszee alega que colaboradores negros e também possíveis candidatos são discriminados “em contratações, avaliações, promoções e pagamentos”, o que resultaria também na criação de um “ambiente de trabalho hostil”.

A EEOC ainda está investigando o caso e não entrou formalmente com um processo acusatório contra a empresa.

O porta-voz do Facebook, Andy Stone, mantém o posicionamento – dado à NPR em julho e reafirmado à Reuters agora em março -, que “levamos a sério qualquer alegação de discriminação e investigamos todos os casos”.

Via: NPR, The Guardian e Reuters.

Redator(a)

Tissiane Vicentin é redator(a) no Olhar Digital

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.