Pesquisadores ingleses estão entusiasmados com a descoberta de pedaços de um meteorito que caiu na região de Winchcombe, em Gloucestershire. É a primeira vez que um objeto do tipo é encontrado no Reino Unido em 30 anos: o último foi o Meteorito de Glatton, que caiu em 1991 na vila de Glatton, perto de Peterborough.

Uma bola de fogo foi vista no céu de Gloucestershire no domingo, 28 de fevereiro, por volta das 18h54 (horário de Brasília). O evento foi capturado por câmeras da UK Fireball Alliance (UKFall), o que permitiu que os pesquisadores estimassem o local do impacto como sendo “ao norte de Cheltenham, na direção de Stow-On-The-Wold”.

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Por sorte um morador de Winchcombe, que deseja manter o anonimato, percebeu um punhado de pedras e cinzas escuras na entrada de sua garagem. Eram os restos incinerados de parte do meteorito.

“Eu olhei no saco plástico onde ele colocou o material, e minhas pernas ficaram bambas. Foi inacreditável. Este é um meteorito muito especial”, disse à BBC News o Dr. Richard Greenwood, pesquisador da Open University (OU) que foi enviado para ver a descoberta.

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Uma equipe de busca foi enviada imediatamente para vasculhar a área local em busca de mais fragmentos. Enquanto isso, outros moradores também começaram a notificar os cientistas de suas descobertas. Ao todo deve haver entre 300 a 400g de material, a maior parte agora armazenada no Museu de História Natural de Londres (NHM, Natural History Museum).

Dr. Richard Greenwood, da Open University, com outro pedaço do meteorito de Gloucestershire, encontrado perto de Woodmancote

Os pedaços são pequenos, do tamanho de bolas de gude. A professora Monica Grady, também da OU, descreve o meteorito como “um pedaço de carvão quebrado. É uma das coisas mais bonitas que já vi”, disse ela à BBC News.

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De aproximadamente 65 mil meteoritos em coleções em todo o mundo, só 1.206 tiveram sua queda testemunhada, e destes apenas 51 são do tipo condrito carbonáceo. Como a entrada do meteorito na atmosfera foi registrada por câmeras, sua órbita pôde ser calculada. Ele veio do exterior do cinturão de asteroides, na direção de Júpiter.

Segundo Sara Russell, professora do NHM, o local é “uma parte do sistema solar que consideramos como um ‘freezer’ que conserva material que tem 4,5 bilhões de anos. Esse material não mudou deste antes da formação dos planetas. Ele nos dará uma visão de como o sistema solar era antes que os planetas existissem”.

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O Dr. Ashley King, do Museu de História Natural de Londres (NHM), afirma que nada parecido já havia sido registrado no Reino Unido: “os condritos carbonáceos são particularmente especiais porque são essencialmente os blocos de construção que sobraram de nosso Sistema Solar”.

“Muitos contêm compostos orgânicos simples e aminoácidos; alguns deles contêm minerais formados pela água – então, todos os ingredientes estão lá para entender como você faz um planeta habitável como a Terra”, disse ele à BBC News.

Fonte: BBC News