Ludhmila Hajjar, cotada para o Ministério da Saúde, já criticou condução da pandemia

Edson Kaique Lima15/03/2021 07h26
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Ludhmila Hajjar, foi cotada para assumir o ministério da saúde. Crédito: Fotos Públicas
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A médica Ludhmila Hajjar, cotada para substituir Eduardo Pazuello no Ministério da Saúde, já criticou a condução da pandemia pela gestão do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em diversas entrevistas, a cardiologista falou contra o “tratamento precoce” da Covid.

Ludhmila Abrahão Hajjar tem 43 anos e é cardiologista no Instituto do Coração de São Paulo (Incor) e também trabalha na rede de hospitais Vila Nova Star.

De acordo com o jornal O Globo, ela foi sondada por interlocutores do governo e se reuniu com Bolsonaro na tarde deste domingo (14). Em entrevista concedida para o Jornal Opção, de Goiás, na semana passada, a médica fez duras críticas à forma que o Brasil está lidando com a pandemia

“Não era nunca para estarmos em crescimento do número de doentes mortos sendo que o mundo todo demonstra uma queda”, disse a cardiologista. “O Brasil está fazendo tudo errado e está pagando um preço por isso”, completou. 

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Sem citar nomes, Ludhmila também fez críticas à política de aquisição de vacinas escolhida pelo governo, que resolveu apostar apenas no imunizante da AstraZeneca/Oxford. “O Brasil já deveria estar hoje com cinco ou seis vacinas disponíveis”, declarou. 

Críticas ao “tratamento precoce”

Ludhmila Hajjar já fez duras críticas à distribuição do chamado “kit-covid”. Foto: Carolina Antunes/PR

Na mesma entrevista, Ludhmila Hajjar também foi incisiva ao falar contra a adoção do chamado kit-Covid, ou, “tratamento precoce”, que é comprovadamente ineficaz para tratar infecções pelo coronavírus. 

“Sabemos que cloroquina não funciona há muitos meses, que azitromicina não funciona há muitos meses, que ivermectina não funciona há muitos meses. Mas ainda tem esses kits por aí”, lamentou a médica, que também foi crítica à defesa deste tipo de tratamento por conselhos de medicina

“Tem conselhos que defendem. Tem conselhos que não negam”, disparou. “É uma conjunção de fatores. O não conhecimento e a não adoção de práticas baseadas em evidências científicas só coloca a vida das pessoas em risco”, completou. 

Suposto áudio pode melar nomeação

Médica defendeu Ronaldo Caiado como eventual candidato à presidência da República. Crédito: Democratas/licensed under CC BY 2.0

Apesar de ainda ser a mais cotada para assumir o Ministério da Saúde, o nome de Ludhmila Hajjar perdeu força na noite deste domingo. Segundo o jornal O Globo, um áudio atribuído a ela teria sido descoberto por Jair Bolsonaro e deixado o presidente decepcionado com a médica. 

Na gravação, a cardiologista teria chamado o Bolsonaro de “psicopata” e defendido a eleição do governador de Goiás, Ronaldo Caiado, à presidência da República. Na ocasião, Caiado, que foi classificado por ela como corajoso, criticou declarações do presidente. 

“Nem sei o que vai acontecer com esse Brasil. Vai pegar fogo. Só sei que quero o Caiado presidente, só isso. Porque ele foi corajoso”, diz o suposto áudio. “Chega. Tem que cair esse JB. É um psicopata”, completa a mulher. 

Via: O Globo Folha de S. Paulo

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Redator(a)

Edson Kaique Lima é redator(a) no Olhar Digital