Facebook diz ter derrubado mais de 300 contas ligadas a grupo militante do Irã

Perfis, páginas e grupos eram supostamente operados por uma fazenda de trolls na Albânia, atuando em nome do grupo Mojahedin-e Khalq
Por Rafael Arbulu, editado por André Lucena 07/04/2021 17h51, atualizada em 07/04/2021 18h43
Facebook Imagem: Shutterstock/ Alexandra Popov
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O Facebook derrubou mais de 300 perfis relacionados ao grupo militante Mojahedin-e Khalq (MEK), exilado do Irã e opositor do governo vigente do país. Segundo a rede social, foram desligados 128 perfis, 41 páginas e 21 grupos, além de 146 contas no Instagram – todas supostamente operadas da Albânia e conectadas ao MEK.

O líder de inteligência e ameaças globais do Facebook, Ben Nimmo, revelou que o grupo atua em uma “fazenda de trolls”. “É uma organização física onde um grupo de operadores gerenciam uma série de contas falsas como parte de uma operação de influência”, explicou.

“Fazendas trolls” é um termo adotado pelo mercado tecnológico para referir-se a organizações que usam plataformas sociais como o Facebook, o Twitter e o Instagram, para disseminar mensagens específicas por meio de fakes e grupos de incentivo à desinformação. Algumas pessoas podem se referir às fazendas como “gabinete do ódio”, mas nem sempre essa similaridade existe, uma vez que os gabinetes são formados para atacar alvos específicos e/ou publicar fake news, enquanto a “fazenda” pode ter motivos mais abertos, como críticas a um governo de forma generalizada.

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Facebook diz ter derrubado mais de 300 contas ligadas a grupo militante do Irã. Imagem: Shutterstock/ Alexandra Popov

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O MEK publicava postagens negativas sobre eventos iranianos, criticava o governo vigente do país, comentava amplos elogios ao Mojahedin-e Khalq e compartilhava links que levavam usuários a páginas amigáveis ao movimento. Efetivamente banido do Irã, o grupo de oposição vinha utilizando fotos de celebridades do país em seus perfis, além de dissidentes mortos ou falecidos, modelos internacionais e até mesmo crianças. Alguns também se valiam da tecnologia e utilizavam fotos falsas criadas por sistemas de inteligência artificial.

O comportamento do grupo, bem como o uso de imagens falsas e perfis sem identificação real, violou os termos de uso e conduta do Facebook, que os derrubou da plataforma.

Imagem: Shutterstock

É importante ressaltar que o MEK não é uma organização militar, mas sim um grupo político de oposição. Atualmente, eles fazem parte de um movimento mais amplo de oposição ao governo do Irã, o Conselho Nacional de Resistência (NCRI). O Mojahedin-e Khalq não respondeu os questionamentos da imprensa, mas veio a público criticar o Facebook pela ação.

“A acusação de que existe uma ‘fazenda de trolls’ ligada ao MEK na Albânia é ridícula e absolutamente falsa”, disse o NCRI, via comunicado on-line. O grupo ainda ressaltou que nunca fez uso de contas falsas nem tirou vantagem da identidade de outras pessoas. Questionado sobre isso, o Facebook reforçou que encontrou evidências que sugerem essa conexão.

As informações foram compartilhadas pela rede social em um relatório de ações que informava as medidas tomadas pela empresa contra o combate ao comportamento duvidoso e contas inautênticas em sua plataforma.

Fonte: Facebook

Jornalista formado pela Universidade Paulista, Rafael é especializado em tecnologia, cultura pop, além de cobrir a editoria de Ciências e Espaço no Olhar Digital. Em experiências passadas, começou como repórter e editor de games em diversas publicações do meio, e também já cobriu agenda de cidades, cotidiano e esportes.

André Lucena
Ex-editor(a)

Pai de três filhos, André Lucena é o Editor-Chefe do Olhar Digital. Formado em Jornalismo e Pós-Graduado em Jornalismo Esportivo e Negócios do Esporte, ele adora jogar futebol nas horas vagas.